Márcia Mascarenhas abordou práticas sustentáveis na agricultura (Fotos: Nonato Silva/ Dicom Unitins)
Norteado pelo tema da Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) “Unindo objetivos sustentáveis”, o I Circuito de Inovação, do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), realizou na tarde desta quinta-feira, 19, no Câmpus Palmas, o workshop “Transferência de tecnologia alinhada à prática sustentável e aos ODS”, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pesca e Aquicultura.
O workshop englobou debates sobre transferência de tecnologia nas áreas de agricultura, pastagens para produção de carne bovina e pecuária leiteira.
Em sua apresentação, a pesquisadora doutora e engenheira agrônoma da Embrapa Márcia Mascarenhas Grise falou sobre agricultura sustentável, que engloba três dimensões da produção – ambiental, econômica e social. “A gente precisa produzir com racionalidade e tecnologia, para ir diminuindo cada vez mais nossas emissões. Não se pode colocar tudo no mesmo balaio e culpar a agricultura por tudo”, comentou.
A pesquisadora falou também sobre o projeto que coordena na Embrapa, o ABC Agrossustentável. O projeto tem por objetivo incentivar a adoção de práticas agropecuárias sustentáveis, com foco em tecnologias de agricultura de baixo carbono (ABC), notadamente plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e recuperação de pastagens degradadas.
Segundo dados apresentados pela palestrante, da Conab 2019, das 7,5 milhões de hectares de pastagem no Tocantins, 4 milhões de hectares estão em processo de degradação. “Tecnologia é ciência colocada em prática. Precisamos resolver o passivo ambiental de pastagem degradada no Estado”, frisou.
Para melhorar esse cenário, a palestrante informa que o projeto visa sensibilizar produtores quanto a importância de adoção de tecnologias do ABC para aumento da produtividade; transferir tecnologias produzidas pela Embrapa; e atualizar técnicos consultores e produtores nas tecnologias preconizadas pelo projeto.
“Então, do ponto de vista geral, trabalhos para o cumprimento de vários ODS, como na conservação ambiental, trabalho decente, crescimento econômico, infraestrutura, redução de desigualdades sociais, biodiversidade, efeito poupa-terra, mais fortemente com uns e mais sutilmente com outros. Acabamos cumprindo várias metas dos ODS”, destacou.
Corte
A segunda apresentação do workshop foi com o pesquisador mestre zootecnista Pedro Henrique Rezende de Alcântara, do programa ABC Corte, a respeito da cadeia produtiva da carne.
O palestrante apresentou dados sobre o sistema agroindustrial da carne bovina, que movimentam aproximadamente de R$ 1 trilhão ao ano no País, desde a pecuária ao setor de transformação. “A maior parte da carne produzida no Brasil é consumida no mercado interno. Com bom manejo, de 70 a 80% do carbono produzido é absorvido durante a própria produção”, disse.
Outros dados apresentados abordaram o desmatamento, produção e exportação de carne bovina.
Alcântara lembrou que a ciência investe muito mais em pesquisas individuais e menos em trabalhos para melhorar as pastagens, havendo grande demanda para este último.
Coordenador do programa Balde Cheio no Tocantins, Cláudio Barbosa falou sobre pesquisas envolvendo a pecuária leiteira (Foto: Josiane Mendes/Dicom Unitins)
Leite
E encerrando as apresentações do workshop, o zootecnista da Embrapa e coordenador do projeto Balde Cheio no Estado, Cláudio Barbosa, apresentou o programa e dados sobre a produção leiteira no Estado.
O Balde Cheio da Embrapa visa resolver problema da exclusão tecnológica, que impacta na eficiência, qualidade e produtividade da bovinocultura de leite brasileira. O projeto é executado em parceria com diversas instituições em várias regiões do País.
Destaque para os processos da produção onde a tecnologia pode ser aplicada, como na prática de manejo, correção e fertilização do solo, nutrição dos animais, reprodução, obtenção higiênica e eficiente do leite, por exemplo. “Dentre as vantagens estão desempenho técnico e econômico da fazenda leiteira, aumento do controle sobre a qualidade e seguridade do leite, que elevam a produtividade das vacas e margem de lucro. Já chegamos a mais de 15 vezes a média nacional a produtividade a partir do projeto”, destacou Barbosa.
Crédito: Link de origem



Comentários estão fechados.