Vivo com minha mochila pronta, se tiver que fugir, diz brasileiro no Haiti

O que se discute entre grupos de intelectuais, economistas, professores, sociólogos e ativistas políticos haitianos é se há interesses políticos por trás dos ataques à população. Por exemplo, se as gangues têm o objetivo de forçar uma missão militar no país. Dessa forma, alguns de seus líderes poderiam conseguir anistia.

Camille Chalmers, que é contra a presença de missão militar estrangeira, defende uma transição democrática do poder Executivo por meios pacíficos e consensuais, além da formação de um governo “de unidade e resgate nacional”.

Ele alega que as antigas missões militares estrangeiras não trouxeram benefícios para a população, mas sim miséria e uma epidemia de cólera. O pesquisador se refere especificamente à Minustah, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e que atuou de 2004 a 2017 no país. O braço militar foi comandado pelo Exército brasileiro durante 13 anos.

Garbens, entretanto, não descarta a importância de uma missão estrangeira. Mas faz ressalvas, apontando que o grupo não pode ser apenas militar.

“A Minustah fracassou. O objetivo era desarmar a população, desarticular as gangues e fortalecer a polícia nacional. Só que faltou uma quarta cláusula: reinserir os jovens, cujas referências são os líderes das gangues”, avaliou.

Para ele, é necessário que a comunidade internacional esteja engajada em criar um comitê de cooperação permanente, que não esteja apenas preocupado em desarmar as gangues — mas criar condições para que as pessoas possam se desenvolver com trabalho e educação.


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