Foi o regresso de Pongo à Festa da Música em Paris. Desta vez, o “wegue wegue” ecoou até ao Museu do Louvre, a partir dos seus jardins. Pongo participou no programa “Are We On Air ?” ao lado de 2 Many DJ’s, entre outros músicos, e o público só conheceu o cartaz à última hora.
“Eles fizeram o convite para vir fazer parte desta festa e foi com muito prazer. Foi uma surpresa. O ‘line-up’ estava em segredo até ao dia do ‘show’. No meio de uma ’tour’ bem louca em termos de tempo, consegui vir e conciliar com uma das surpresas que vou trazer no dia 9 de Julho“, contou.
Que surpresa é essa? Pongo promete que vai trazer “mais fusão” aos seus sons em concerto, mas preferiu guardar o suspense… O público parisiense tem, então, novo encontro marcado com ela a 9 de Julho, no Festival d’Été, do Cabaret Sauvage. O evento de vários dias vai vibrar ao ritmo de músicas do mundo e vai também levar a palco o músico angolano Bonga, assim como os malianos Salif Keita e Amadou & Mariam, entre tantos outros. Pongo já partilhou palco com “o mestre” Bonga, mas estar novamente num cartaz com ele é um orgulho para ela. É que a artista, desde pequena, sonhava “ser uma bailarina profissional especificamente para o Bonga” e já realizou esse sonho, conta. “Só tenho a dizer ‘sakidila’, que significa obrigada. Muita gratidão porque é muito trabalho, muita luta e quando começamos a sentir os resultados do caminho árduo que temos feito, dá-nos mais força para continuar“, acrescentou.
Para a cantora e compositora, este festival vai ser mais um palco para fazer passar uma mensagem afrofuturista, em que a música se posiciona na vanguarda da criação mundial, mas sempre ancorada à ancestralidade africana. Pongo lembra que o afrobeat e a herança de Fela Kuti e Tony Allen a continuam a marcar e que as lições que eles deixeiram não são apenas musicais mas, sobretudo, lutas políticas e de “união dos povos”. Até porque ainda que a imprensa francesa lhe chame a “diva do kuduro”, ou mesmo do “neo-kuduro”, o primeiro disco a solo de Pongo, “Sakidila” (2022), mostrou que a sua música é uma diáspora de sons afrobeat, baile funk, música electrónica, amapiano, reguetón e pop mais melódica. De resto, em cada concerto, ela promete continuar a “cantar para Angola e para o mundo inteiro”, como tem vindo a avisar, desde que tinha 15 anos e compôs “Kalemba (wegue wegue)”.
Para 2024, Pongo adianta que vai haver novas músicas, mas ainda é precipitado responder se farão parte de um novo EP. “Estou a trabalhar nisso. Tenho muita música boa na gaveta“, avança.
Oiça a entrevista neste programa Vida em França.
Entrevista Pongo na Festa da Música – Vida em França
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