MP acusa 51 arguidos por crimes contra milhares de migrantes.
Exclusivos
Operação decorreu em novembro do ano passado e obrigou à montagem de logística para apoiar as vítimas
Com base em Cuba do Alentejo, uma rede de angariação e exploração de trabalho escravo atuou impunemente entre 2018 e novembro de 2022, quando foi desmantelada pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária. Era gerida por um casal romeno e aterrorizou milhares de trabalhadores agrícolas de sete nacionalidades. No entanto, o seu funcionamento dependia de uma solicitadora portuguesa.
O CM teve acesso à acusação contra o grupo. A procuradora Felismina Franco (responsável pela acusação aos homicidas do agente da PSP Fábio Guerra), leva a julgamento 41 pessoas (20 em prisão preventiva e seis em domiciliária) e 10 empresas. No despacho, é sublinhado o papel de Ana Almanso. A solicitadora, de 33 anos, está acusada, em coautoria com os outros 40 arguidos, por 59 crimes. Além de associação criminosa, vai responder por tráfico de seres humanos e branqueamento.
Ana Almanso, suspensa mas em liberdade, “orientou os arguidos para lhes dar uma aparência legal”. Além de criar empresas-fantasma, ajudou os cabecilhas a branquear o dinheiro pago pelos angariadores de trabalho agrícola sazonal. As verbas eram depositadas e depois levantadas. Os cabecilhas, romenos, ucranianos e indianos, transferiram verbas para os países de origem e compraram vários luxos em Portugal. Os trabalhadores, por seu turno, viviam na miséria total.
VÍTIMAS MP PEDE INDEMNIZAÇÕESO Ministério Público quer ver indemnizadas as 55 vítimas cuja identificação baseou a acusação. A procuradora Felismina Franco diz mesmo que se cada uma das mesmas não deduzir pedido, devem ser os juízes a definir valores.‘ESPELHO’ SEGUNDA OPERAÇÃO
Praticamente um ano depois da operação que levou à detenção dos suspeitos agora acusados, a PJ prendeu recentemente mais 28 suspeitos dos mesmos crimes. A ‘Operação Espelho’ identificou 100 vítimas de escravidão na agricultura.
Com base em Cuba do Alentejo, uma rede de angariação e exploração de trabalho escravo atuou impunemente entre 2018 e novembro de 2022, quando foi desmantelada pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária. Era gerida por um casal romeno e aterrorizou milhares de trabalhadores agrícolas de sete nacionalidades.
Crédito: Link de origem



Comentários estão fechados.