Reservas internacionais de Moçambique em queda mas acima do recomendado


“As reservas internacionais brutas cobrem quase 4,3 meses de importações, o que está acima do `buffer` mínimo comummente recomendado”, de “pelo menos três meses”, refere-se num relatório do FMI, sobre a aprovação final da revisão ao Programa de Financiamento Ampliado (ECF) para Moçambique.


Acrescenta-se que essas reservas internacionais de Moçambique têm “caído desde o início de 2021” e atingiram os 2.900 milhões de dólares (2.580 milhões de euros) no final do ano passado, “cobrindo 4,3 meses de importações projetadas de bens e serviços não relacionados com megaprojetos em 2023”.


O FMI reconhece o impacto dos “altos custos” com a importação de combustíveis nas reservas internacionais de Moçambique, tendo em conta o fornecimento de divisas aos principais importadores de combustíveis.


“Ao mesmo tempo, as importações não relacionadas com megaprojetos aumentaram significativamente nos últimos dois anos, diminuindo ainda mais a cobertura de importações das reservas”, aponta-se no documento.


Em janeiro último, o Banco de Moçambique aumentou o rácio de reservas obrigatórias para depósitos à ordem, estrangeiros, de 11,5% para 28%, e em abril reduziu o fornecimento aos importadores de combustível de 100% para 60%, recorda o FMI no relatório divulgado hoje.


O anúncio da aprovação desta revisão ao ECF pelo FMI foi feito em 06 de julho, garantindo então um desembolso de 60,6 milhões de dólares (54 milhões de euros) a Moçambique, hoje confirmado no relatório da instituição.


Na nota que acompanhou o anúncio da segunda revisão do programa aprovada em maio de 2022, e que eleva o valor total já recebido por Moçambique para 212,09 milhões de dólares (194 milhões de euros), num total de 456 milhões de dólares (418 milhões de euros), o FMI diz que permitiu a não observação de dois critérios: o saldo orçamental primário no final do ano passado e a acumulação de dívidas externas por parte do setor público.


Nas previsões macroeconómicas para este ano, o FMI prevê uma aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique, de 4,2% em 2022, para 7% este ano, antecipando que no final do ano a inflação tenha descido de 10,3% para 6,7%, o mesmo que em 2021, mas ainda assim quase o dobro dos dois anos anteriores.


O rácio da dívida em função do PIB deverá manter a trajetória descendente, e chegar ao final deste ano nos 89,7%, melhorando face aos 95,5% do PIB registados no ano passado.


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