Relatório Freedom House: “Cabo Verde tem de ser comparado com os melhores e não somente com África” – UCID

João Santos Luís reagia ao 51º relatório anual divulgado pela “Freedom in the World” (Liberdade no Mundo), lançado pelo “Think tank” (grupo de reflexão), que classificou Cabo Verde como o país mais livre no continente africano.

“Nós não podemos contestar os dados, mas, como se costuma dizer, quem dorme com o seu doente é que sabe como é que ele está”, sublinhou o líder partidário da oposição, para quem é bom Cabo Verde ser avaliado de forma positiva para poder atingir outros objectivos da governação e “melhorar alguma coisa”.

João Santos Luís questionou ainda a “mania” de se comparar o arquipélago com África, que “tem conflitos armados, países autoritários e golpes de Estado”.

“Cabo Verde tem de ser comparado com os melhores. Não estamos a dar uma certidão negativa à África, mas, queremos estar comparados com os melhores”, advogou a mesma fonte, realçando que 92 pontos estão a ser mantidos desde 2020, mas, “podia-se estar muito melhor do que isto”.

Justificou ainda o seu posicionamento, referindo-se que os parceiros do País não estão em África, mas, sim na Europa e América.

Ademais, segundo o líder da UCID, regista-se neste momento “alguns atropelos à democracia” que precisam ser trabalhados e ponderados, especialmente em itens como Estado de Direito Democrático, liberdade de expressão e participação política.

Como exemplo individualizado, João Santos Luís apontou o caso da prisão do ex-deputado nacional e advogado Amadeu Oliveira que, como disse, “está preso porque as instâncias judiciais querem isso”.

“Consideramos isto como um grande atropelo ao Estado de Direito Democrático, que tem um elemento pertencente a um órgão de soberania preso numa cadeia, só porque defende os seus ideais”, criticou.

Por outro lado, afiançou, “há certos condicionalismos que levam com que as pessoas fiquem dependentes e no momento certo os partidos que estão a governar conseguem aproveitar destas dependências e condicionar a participação política”.

No 51º relatório anual divulgado pela “Freedom in the World”, Cabo Verde aparece como primeiro da lista em África com 92 pontos, seguido de São Tomé e Príncipe no terceiro lugar com 84 pontos, enquanto Angola e Guiné Equatorial são considerados como “não livres”, Guiné-Bissau e Moçambique como “parcialmente livres”.

O documento refere ainda que apenas 7 por cento (%) das pessoas em África vivem em países livres, enquanto 50% vivem em países não livres.

Inforpress

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