Ranking AirHelp: Portugal foi o terceiro país da Europa com mais voos atrasados em 2023

Portugal continua fora do pódio no que toca à pontualidade, conclui a mais recente análise da AirHelp. Mais de 32 milhões de passageiros voaram a partir de aeroportos portugueses e 36% sofreram perturbações nos voos. aponta o ranking de 2023 da entidade especializada em ajudar os passageiros aéreos na obtenção de indemnizações.

Os dados referentes ao ano passado colocam Portugal no terceiro lugar na lista de países com mais registos de cancelamentos e atrasos. Mais de 80 mil voos sofreram perturbações, o que resultou em 11 milhões de passageiros afetados. Malta lidera a lista dos piores países em matéria de pontualidade, com a Turquia a surgir em segundo lugar, país onde 61% dos mais de dois milhões de passageiros sofreram algum tipo de perturbação.

Recentemente, o aeroporto Humberto Delgado (Lisboa) foi considerado como o pior do país e um dos piores a nível mundial.

Olhando para o total, foram mais de 230 milhões os passageiros que voaram pela Europa e viram os seus voos adiados ou cancelados em 2023.

Líderes na pontualidade: Lituânia, Noruega e Albânia

Com uma avaliação positiva e a liderar o ranking de países mais pontuais estão a Lituânia, Noruega e Albânia. Cerca de 80% dos 2 milhões de passageiros que apanharam um voo na Lituânia chegaram ao seu destino a tempo. Dos 28 milhões de passageiros que voaram a partir de aeroportos noruegueses, 79,4% partiram à hora marcada e o mesmo aconteceu com 78,8% dos 2,5 milhões de passageiros que iniciaram a sua viagem na Albânia.

Na categoria low-cost, a irlandesa Ryanair continua a ser a companhia aérea de eleição dos passageiros que pretendem pagar menos pelas suas viagens, o que resultou em mais de 125 milhões de viagens no espaço aéreo europeu em 2023. Ainda na mesma categoria, a companhia aérea Eurowings do Grupo Lufthansa foi considerada como a companhia com a maior taxa de pontualidade, a rondar os 93%.

No que toca a tráfego aéreo, Espanha foi o país europeu com mais voos registados no ano de 2023. Mais de 800 mil voos e 120 milhões de passageiros movimentados, mas a sua reputação a nível de pontualidade continua a piorar. Em segundo lugar, está a Alemanha com mais de 650 mil voos, 95 milhões de passageiros e 67% de pontualidade, seguindo-se a França em terceiro lugar, com mais de 600 mil voos, 90 milhões de passageiros e 65% de pontualidade.

Passageiros estão pouco informados sobre os seus direitos

A falta de preparação das companhias aéreas para satisfazer as necessidades dos passageiros e garantir a pontualidade dos voos, é algo destacado por Pedro Miguel Madaleno, advogado da AirHelp, no comunicado divulgado pela associação: “Em 2023, verificamos a continuação do aumento das pessoas afetadas por problemas nos voos, com cancelamento e atrasos. Se por um lado existiram algumas restrições de tráfego aéreo, por outro, continuamos a verificar que ainda há alguma falta de preparação para aumento das viagens aéreas após a pandemia.”

O advogado reforça que os passageiros devem verificar os seus direitos enquanto vítimas das perturbações causadas por atrasos e cancelamentos de voos, “bem como verificarem se são elegíveis ou não a receber alguma compensação devido a atrasos e cancelamentos que ocorram em 2024.”

Na Europa cerca de 17 milhões de passageiros têm direito a receber uma indemnização. Em Portugal, cerca de 770 mil dos 11 milhões de passageiros afetados por perturbações tornaram-se elegíveis na obtenção de compensações.

Os passageiros têm um prazo de três anos para apresentarem um pedido de indemnização, lembra a AirHelp e podem receber até 600 euros por atrasos superiores a três horas na chegada ao destino, cancelamento do seu voo sem aviso prévio nos 14 dias antes à sua partida ou recusa de embarque devido a overbooking causado pela companhia aérea.

Fundada em 2013, a AirHelp é uma empresa que ajuda os viajantes a obter compensações por voos atrasados, cancelados ou em overbooking. “Para o processamento das reclamações, utilizamos taxas fixas que dependem do tipo de reclamação. A taxa fixa corresponde frequentemente a cerca de 35% da indemnização potencial”, indicou a associação recentemente ao Expresso.

Contudo, se o cliente não tiver direito a indemnização, também não terá de pagar. Já no caso dos clientes que paguem o serviço premium (AirHelp Plus), entre cerca de 25 e 50 euros por ano, nenhuma percentagem da indemnização será cobrada.

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