Primeiro-ministro do Haiti renuncia em meio ao caos
O primeiro-ministro do Haiti decidiu renunciar. O país está dominado por gangues
“O Haiti precisa reestabelecer suas instituições democráticas”, disse Ariel Henry ao declarar que vai deixar o poder assim que um governo de transição for criado.
O primeiro-ministro está no território americano de Porto Rico, sem poder voltar ao país. Na semana passada, grupos armados cercaram o aeroporto internacional da capital Porto Príncipe. Ariel Henry estava na África negociando o envio de uma missão da ONU, liderada pelo Quênia, para combater a violência. Mas nesta terça-feira (12), o país africano colocou em pausa o envio dos primeiros mil policiais, com o argumento de que não pode mandar tropas para um país sem liderança.
Os Estados Unidos esperam que o Haiti forme um governo de transição em até 48 horas, com representantes de partidos políticos, setor privado e sociedade civil. Esse governo vai planejar as eleições, que deveriam ter sido convocadas em fevereiro. Na época, o primeiro-ministro Ariel Henry decidiu permanecer no poder, o que causou protestos da população e críticas da comunidade internacional.
Nesta terça, os Estados Unidos confirmaram que o atual ministro das Finanças está no comando do país de forma provisória. Para ajudar a ilha caribenha, os americanos anunciaram o envio de mais dinheiro. No total, vão liberar US$ 300 milhões para a missão de segurança da ONU e mais de US$ 30 milhões em ajuda humanitária.
O diretor do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas explica que gangues controlam o porto e as principais vias de acesso da capital. Isto significa que a comida não consegue chegar nem por terra nem pelo mar.
Antes da crise atual, mais de 4 milhões de pessoas sofriam de fome aguda no país — quase metade da população. Segundo o Unicef, duas em cada três crianças precisam de assistência.
Na semana passada, grupos armados invadiram as duas principais penitenciárias do país e libertaram quase 4 mil presos. As ruas de Porto Príncipe foram tomadas por novos confrontos.
O governo estendeu até quinta-feira (14) um toque de recolher durante a noite. Mas, de dia, o chefe de um dos maiores cartéis do Haiti, Jimmy Barbecue, transita livremente pela capital, disparando a esmo.
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