Pocah: ‘Tentei ser manicure, quis ter banda de rock, mas o funk é meu lugar’ | Entrevistas

Pocah, 28 anos de idade, resolveu celebrar o funk carioca em seu mais recente trabalho. O single Barulhinho, lançado nas plataformas digitais da Warner Music, conta com a participação de Kevin O Chris e Luck Muzik, traz um batidão caprichado. “É uma música bem dançante e quisemos caprichar. É uma coreografia bem babado, estilo ‘pare tudo’, com chão, loucura, doideira, passinho”, afirmou entrevista para Quem.

Com trajetória nos bailes cariocas ainda adolescente, Viviane de Queiroz Pereira logo ganhou o apelido de Pocahontas, inspirado na personagem de um dos clássicos da Disney. Desde 2019, adotou o nome artístico de Pocah. A cantora admitiu ter se sentido desafiada ao ver os passos para a dança de Barulhinho. “Os coreógrafos esquecem que nós, meros mortais, já temos outro pique (risos). Sou mãe de família, tenho 12 anos de funk, muito desce e sobe, já não tenho o joelho zerado”, afirma a cantora, mãe de Vitória, de 7 anos.

Depois de participar do Big Brother Brasil 21, na TV Globo, e comandar uma temporada do TVZ, no Multishow, a cantora adianta que prepara para um EP inédito, em que vai resgatar suas raízes em uma homenagem ao gênero musical que a projetou. “O funk mudou a minha vida. Às vezes, paro e fico pensando, o que seria a minha vida sem o funk? Tentei ser manicure, quis ter banda de rock, mas não deu certo… O funk é meu lugar. Meu sonho sempre foi viver de música”, diz.

A cantora afirma que seu dia a dia é embalado por muitas canções. “Não consigo fazer nada sem música na minha vida. Tenho uma alma de Helena, de Laços de Família, sabe? Parece que só funciono com trilha sonora”, brinca, ao se referir à icônica personagem vivida por Vera Fischer na ficção.

Quem: Barulhinho foi recém-lançada nas plataformas. Além da música chamar a atenção por ter um belo batidão de funk, há uma coreografia elaborada. Qual foi a sensação de finalmente colocar essa música no mercado?
Pocah:
Amo essa música. Tenho muitas músicas gravadas e essa já está gravada há um tempo. Tínhamos a expectativa para lançá-la, mas achava que faltava alguma coisa. Quando Kevin entrou em Barulhinho foi a cereja do bolo, aquela sensação de ‘é isso’. É uma música bem dançante e quisemos caprichar na coreografia. Autorizei a coreógrafa a fazer uma coreografia bem babado, estilo ‘pare tudo’. Quis coreografia no chão, loucura, doideira, passinho.

Sem restrição nos passos?
Dei liberdade total. Aí que está o perigo (risos). Quando a gente dá liberdade ao coreógrafo, eles esquecem que nós, meros mortais, já temos outro pique. Sou mãe de família, tenho 12 anos de funk, muito desce e sobe, já não tenho o joelho zerado. Mas gosto de desafio, de ir pro chão e colocar a perna pro alto. Na primeira vez que vi a coreografia, pensei: ‘impossível fazer’. Ao aprender passo por passo, vi que seria possível. A coreografia entra no corpo e você quer fazer a todo instante. 

Capa do single ‘Barulhinho’, nova música da cantora Pocah — Foto: Divulgação

Demorou para pegar a coreografia?
Quando a coreógrafa idealizou, ela não me mostrou virtualmente. Quando me encontrou pessoalmente e me mostrou, achei que não fosse conseguir. Ela me ensinou passo por passo. No primeiro ensaio, aprendi metade da coreografia. No segundo ensaio, aprendi a coreografia total. Levei um dia e meio para aprender.

Você é profissa, Pocah! Se for uma pessoa como a repórter aqui, mais descoordenada e sem tanta habilidade, dá para fazer?
Então, a coreografia é dividida em três partes porque a música também é dividida em três partes — a minha, a do Kevin O Chris e a do Luck Muzik. Para cada artista, temos um challenge diferente. Diria que há um nível leve, um nível mediano e um nível hard. O nível hard é para quem se joga no chão e coloca a bnda pro alto. A música é para se jogar. É uma música para todos. Para pegar uma coreografia, é preciso ter persistência. Eu não sou uma pessoa que desiste.

Em trajetória profissional, Pocah conta que já experimentos diferentes gêneros, como pop/funk, afrobeat, funk raiz e trap — Foto: Ernna Coast

Na vida, inclusive, você é assim?
Dou valor a mim e isso não é narcisismo. Dou valor ao que conquistei, ao que não conquistei, aos meus erros, aos meus acertos. Não sou de desistir, sou de perseverar. Por isso, cheguei até aqui.

É quando você pensa no futuro? Como ambiciona seus próximos passos?
O funk é o gênero que mais mexe comigo, sem dúvida. Não consigo me imaginar longe dele. Se me perguntar ‘você não é pop?’. Respondo: ‘o funk é pop’. O funk é um gênero popular. Tenho músicas de pop/funk, afrobeat, funk raiz, trap. Gosto de passear pela música. Não consigo fazer nada sem música na minha vida. Tenho uma alma de Helena, de Laços de Família, sabe? Parece que só funciono com trilha sonora. Você viu só que amor, nunca vi coisa assim… (cantarola).

Pocah, em foto da infância, ao lado de Vera Fischer — Foto: Arquivo pessoal

Você tem, inclusive, uma foto que fez muito sucesso nas redes com a Vera Fischer dos tempos em que sua mãe trabalhava na casa dela. Essa foto é da época de Laços de Família?
Sim, é da época de Laços de Família. Acho que gosto de bossa nova porque fui influenciada pela novela, sim. Claro que o funk é meu carro-chefe. O funk é poderoso e pode mudar vidas e a minha foi uma das impactadas. Fui impactada grandiosamente. O funk mudou a minha vida. Às vezes, paro e fico pensando, o que seria a minha vida sem o funk. Tentei ser manicure, quis ter banda de rock, mas não deu certo… O funk é meu lugar. Meu sonho sempre foi viver de música.

Quais foram suas principais referências musicais?
Meus pais ouviam funk, ouviam MC Marcinho. Hoje, tenho minha história. Sou uma mulher de Caxias, da comunidade de Campos Elíseos. Cresci no funk. Meu irmão cantava rock, meu tio dançava break dance. A música sempre foi muito presente na minha vida, mas ninguém imaginava que eu fosse cantar funk. A vida nos prega peças e nos leva a caminhos que a gente nem imagina. O funk me abraçou de tal forma que não consigo imaginar fazendo outra coisa. O funk me preenche e sou muito feliz e realizada no que eu faço. Eu me sinto segura no que eu faço. Podem pensar que eu subo no palco para rebolar a bunda, mas não é só isso: subo ao palco para fazer o que eu amo. 

Aos 28 anos de idade, Pocah foca sua carreira no funk — Foto: Ernna Coast

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