Paraguai, um vizinho ainda quase desconhecido

Assunção, Paraguai (foto de Felipe Antonio, Wikipedia, CC3)

Com uma área de 406 mil km², um pouco maior que a do Estado do Mato Grosso do Sul, seu vizinho, o nome “paraguai” tem origem no termo guarani que significa “de um grande rio”. E esse grande rio é o Paraguai, que dá nome ao país e o divide em duas regiões, Região Oriental e Região Ocidental, mais conhecida como Chaco.

O Paraguai possui extensa área plana no leste, onde se cultiva soja, o seu principal produto de exportação. A região de cerrado do Gran Chaco, a oeste, é usada para a pecuária. O Rio Paraguai, que liga o Norte ao Sul, é a principal via comercial desse país, sem acesso ao mar.

O país tem uma população mestiça bastante homogênea. As pessoas não aparentam, nem vestem ou se comportam como indígenas, mas apesar da espanholização da maioria dos moradores, 90% da população ainda falam a língua indígena, guarani. A saúde pública é totalmente gratuita em todo o país. Mas nem todos os hospitais são equipados com aparelhos de última geração, sendo insuficiente esse atendimento.

Assunção é a capital e maior cidade do país, com uma população de quase 800 mil habitantes e um PIB de US$ 41 bilhões. É uma cidade hospitaleira, dotada de modernos hotéis, shopping centers, restaurantes, praças, cinemas e teatros, além de museus e igrejas.

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Algumas de suas atrações são o romântico Lago Ypacaraí, que já inspiraram várias canções, com os balneários de San Bernardino e Areguá; o Lago Ypoá; os saltos de Monday, Acaray, Guaira; as ruínas jesuíticas dos centros missionários de Trinidad, perto de Encarnación; o monumento ao marechal Solano López e o panteão nacional dos heróis, em Assunção. Todas essas atrações estão sempre incluídas nos roteiros turísticos. O turismo por aqui é barato, e a comida, de boa qualidade, tem um preço justo.

Também constituem atrativos o festival de Naduti, em Itauguá, onde é exposto esse tipo de renda fina feita à mão, vestidos de aho poí e artigos de madeira e de couro. Contudo, o turismo na região ainda não é uma indústria, talvez até pela inexistência de uma ação governamental dirigida para esse setor que, quando bem observado, agrega divisas significativas e importantes para o país. Falta uma visão política governamental mais eficaz para transformar o que existe de bonito e de chamativo em ações de turismo.

Segunda ponte entre Brasil e Paraguai
Segunda ponte entre Brasil e Paraguai (foto TV Brasil)

Vivem no Paraguai muitos brasileiros, que ocupam uma área cada vez maior junto da fronteira, na Cidade do Leste, ao lado de Foz do Iguaçu, no Paraná. As usinas hidrelétricas construídas em associação com o Brasil (Itaipu) e a Argentina (Yacıretá) fornecem energia abundante e barata ao país. Alemães, italianos, japoneses, sul-coreanos, chineses, árabes e argentinos estão entre as nacionalidades que se instalaram no Paraguai. Todos convivem em harmonia.

Ciudad del Leste, fundada em 1957, com o nome de Puerto Flor de Lis, é responsável por metade do PIB paraguaio e é a terceira maior zona franca de comércio do mundo, logo após Miami e Hong Kong.

A economia paraguaia baseia-se em produtos agropecuários e florestais, que representam 75% das exportações. Dentre os recursos agrícolas destacam-se a cana-de-açúcar, o algodão, a soja e o tabaco. O país também produz cereais, milho, erva-mate e mandioca, base tradicional da alimentação dos habitantes.

A pecuária é muito desenvolvida. Em ordem de importância, conta com a criação de bovinos, suínos e ovinos. As principais espécies de madeiras florestais de exportação são o quebracho, o mogno, a nogueira e o cedro. O Paraguai possui indústrias de erva-mate, cervejeira, alimentícia, de tabaco, de rum e álcool, de preparação de carnes e couros e ligada à exportação de tanino, óleo de soja, e lâminas de madeiras.

Os cursos fluviais dos rios Paraná e Paraguai funcionam como vias de comunicação. Dos países vizinhos importa principalmente maquinaria, materiais de construção e produtos têxteis e químicos.

O Paraguai está experimentando a maior expansão econômica da região e uma das mais altas da América Latina, com uma perspectiva histórica de crescimento do PIB de 9%, podendo chegar a 13% para o final deste ano. Só no primeiro semestre do ano passado, o país teve um crescimento econômico de 14%; 49% do crescimento do PIB corresponde à agricultura; 9,7%, à indústria (incluindo a construção e as utilidades públicas); 34% correspondem a serviços; e 6,1%, às taxas.

As exportações que se destinam, sobretudo, ao Brasil, Argentina, Países Baixos, Suíça, Alemanha, Itália e Estados Unidos, apoiam-se nos produtos agrários e extrativos. As fibras de soja, algodão, carnes enlatadas, essência para perfumaria, café e óleo vegetal perfazem 89,5% do total. Os principais produtos importados, principalmente do Brasil, Japão, Argentina, Estados Unidos, Argélia e Alemanha, são as máquinas e os equipamentos de transporte, combustíveis e lubrificantes, fumo e bebidas, de produtos químicos, farmacêuticos e de ferro.

Ao comemorar 210 anos de independência, o Paraguai e os paraguaios querem construir um capítulo de modernidade nas páginas da sua história, daí estarem se preparando para se desenvolver cada vez mais, com muita garra e determinação.

O Paraguai é um país que merece ser visitado, observado, pesquisado, desbravado e conhecido. Seu povo sempre hospitaleiro, sua rica cultura e suas belas e acolhedoras paisagens convidam o turista para uma visita por suas cidades, que exibem elementos históricos e políticos importantes, desde a sua fundação, passando pela Guerra do Paraguai até os dias atuais.

Paulo Alonso, jornalista, é reitor da Universidade Santa Úrsula.

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