Oficial queniano enviado para negociar ajuda ao Haiti morre nos EUA

Enquanto isso, organizações têm se mobilizado para conter os danos ao povo palestino, como é o caso da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA). Ativistas denunciam, no entanto, que doações não têm chegado até a entidade. O presidente Lula afirmou na última quinta-feira (15/02), durante viagem ao continente africano, que irá realizar uma nova doação à UNRWA.

Ao Opera Mundi, Fajer disse que seu grupo apoia o posicionamento do Brasil, que classificou o que ocorre na guerra entre os dois países como um verdadeiro genocídio contra os palestinos, e vê com bons olhos o anúncio de envio de ajuda do Brasil à UNRWA. “Entendemos que essa é a ação principal que tem que ser feita porque essa organização tem sofrido com a falta de aporte em todo o mundo. Não faz sentido parar os aportes agora”, argumenta Daniela.

O grupo formado por judeus, do qual Daniela Fajer faz parte, surgiu com a deflagração do conflito, em outubro de 2023. Soraya Misleh, integrante da Frente em Defesa ao Povo Palestino, conta que desde que a guerra começou “há uma ampliação das organizações que têm se mobilizado em solidariedade à Palestina, o que inclui muitos judeus”.

Em sua fala aos presente, Soraya reforçou que esses grupos se uniram “aos chamados globais para denunciar essa Nakba [a palavra significa ‘catástrofe’ em árabe, e faz alusão ao êxodo palestino de 1948] e o Estado racista de Israel”.

“[A guerra] não começou agora, e nós temos um genocídio em curso. Exigimos o fim do apartheid e da limpeza étnica. O governo brasileiro admitiu que há um genocídio, mas agora precisa ir além e romper relações com o Estado de Israel”, argumentou a ativista.

Além do pedido de cessar-fogo imediato, os manifestantes defendem o enfraquecimento econômico de Israel por meio do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), lançado em 2005. O objetivo é reduzir o que ativistas definem como uma profunda desigualdade entre os dois países, para interromper a ocupação de Israel no território palestino.

Os coletivos e entidades envolvidos na realização da manifestação deste sábado estão preparando “o mês do apartheid” para março, com uma agenda voltada à intensificação da campanha em torno do BDS, além da execução de formação sobre o tema da guerra entre Israel e Palestina.

Aprofundamento das tensões

Após o início do cerco à Faixa de Gaza, que inclui escassez de alimentos e bombardeios a hospitais, quase a totalidade dos palestinos que viviam no enclave foram forçados a fugir em direção ao sul. 

Atualmente, cerca de 1,4 milhões estão abrigados em Rafah, região agora sob tensão com a iminente invasão de Israel – o que ameaça a estabilidade diplomática entre o Egito e o país governado por Benjamin Netanyahu, mantida desde 1979 através de um tratado de paz.

Na última quinta-feira (15/02), o presidente Lula reforçou críticas que vem fazendo ao que define como a incapacidade dos órgãos de governança global, sobretudo a ONU, na mediação de conflitos. O petista afirmou que a instituição “não tem forças suficientes” e que “Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada pelas Nações Unidas”.

O presidente ainda disse que o Brasil condenou veementemente a posição do Hamas no ataque a Israel e o sequestro de centenas de pessoas, e que precisa haver um cessar-fogo imediato entre as duas forças.


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