Ludmilla passou do dez anos de carreira, mas ainda não se acostumou com tudo o que vem junto com o sucesso da principal representante feminina do pagode na atualidade. “Não acostumei. Tem coisas muito surreais que ainda acontecem”, respondeu em entrevista para a capa da nova edição impressa da Glamour de setembro quando questionada se ainda se belisca vez ou outra. “São coisas como ser convidada para um evento da Billboard e a Shakira te cumprimentar, ir ao desfile da Rihanna e ser chamada para a after-party dela…”, continuou.
Os voos da carreira de Ludmilla estão cada vez mais altos agora, mas tudo começou lá em 2012. “Fala Mal de Mim”, faixa de MC Beyoncé, passava dos 15 milhões de plays no YouTube, virava contrato com a Warner Music Brasil e mudava o nome da new face do funk, inspirado na cantora americana, para o de batismo. Ludmilla, insegura, achava “o nome muito normal, não tão artístico”, mas confiou e trocou.
Corta para 2023. Na conta da fluminense de Duque de Caxias (RJ), capa da nova Glamour impressa de setembro, somam-se o primeiro Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Samba/Pagode, dobradinha de shows históricos no Rock in Rio e no The Town em menos de um ano, ponta em filme de franquia gigantesca de Hollywood e 3 bilhões de streams em plataforma de áudio – um marco só dela, a primeira cantora afro-latina-americana a alcançar o feito. Danada é ela, mesmo.
Se a faceta danada é de agora? Não, ela existe muito antes da faixa hit de seu segundo álbum de estúdio. Aos 8 anos de idade foi quando Ludmilla Oliveira da Silva começou a soltar a voz nos pagodes dos churrascos da família. Hoje, a mesma voz desafia a capacidade que um artista tem de bater recordes que vão de plays e ingressos vendidos a doações de sangue — em agosto, recebeu a Medalha Pedro Hernesto, honraria máxima da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pela ação capitaneada com o Hemorio em torno de um de seus shows. E continua: a principal representante feminina contemporânea do pagode no Brasil desafia também a heteronormatividade do gênero com a narrativa que não é sobre o perdão aos vacilos de um homem que errou com a mulher que o ama, mas sim sobre o que vive, deseja e acredita Ludimilla, preta, favelada e bissexual. E ela promete mais. “Cada vez que alcanço um foco, crio outro maior”, diz. “Vocês vão me ver fazendo mais feats internacionais sim, com foco em expandir a minha música e o nome Ludmilla. Descobri que o mundo é dos destemidos. Você tem que mergulhar no mundo e viver essa aventura louca, se divertir com a música por aí”, dispara.
Se o ano fosse 2012, para o qual viajamos no início do texto, não olhar para o lado porque “quem tá passando é o bonde” seria a regra, mas em 2023, para qualquer direção que se olhe, está ela, no pagode, no funk, no R&B, no afrobeat, no trap, no cinema internacional, no palco dos grandes festivais ou na sala de casa com a esposa Brunna Gonçalves, a cachorrinha Manu e a família. Ufa. É difícil colocar ponto final em tanta coisa feita por um nome que não é tão artístico. Imagina se fosse.
No spoiler da conversa abaixo, que você confere completa garantindo sua Glamour de setembro, mais dos sonhos e da essência de Ludmilla.
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“Vilã” é seu álbum mais recente e, há pouco, você lançou Vilã Live. Como surgiu a ideia do acústico? Ele já estava nos meus planos porque eu gosto muito de fazer todos os meus grandes projetos ao vivo. Hello Mundo e Numanice eu fiz ao vivo também, com Vilã não seria diferente. Gosto muito desse álbum e acho que ele traz outra proposta quando apresentado ao vivo. Estou muito feliz com a repercussão. Fiz essas músicas para gente madura ouvir, curtir e aproveitar sozinho ou com os amigos.
E o feat “No_se_ve.mp3”, com Emilia Mernes, é uma mira para o mercado internacional? Fui contratada pelo escritório da WK Entertainment, o mesmo do Maluma e da Emilia, então vocês vão me ver fazendo mais feats internacionais sim, com foco em expandir a minha música e o nome Ludmilla. Descobri que o mundo é dos destemidos. Você tem que mergulhar no mundo e viver essa aventura louca, se divertir com a música por aí.
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No cenário musical recente, sente que a música pensada para ser cada vez mais viral limita a criatividade? Dei sorte de as pessoas gostarem das minhas músicas e depois fazerem remixes, mas desanima um pouco enquanto artista você criar algo estando refém de uma aposta viral. Apesar de eu amar e usar muito as redes sociais, musicalmente é complicado. Parece que todo mundo está fazendo a mesma coisa. Parece que se a música não “chartear”, não presta. Eu não penso assim.
Entre por mais notas da conversa exclusiva e do editorial na Glamour de setembro, nossa segunda edição impressa do ano. A revista estará disponível a partir de 14.09 nas bancas, para assinantes e através do app Globo Mais. Garanta seu exemplar também através de nossa loja virtual, clicando aqui. A gente promete que está imperdível!
*As vendas de nossa loja virtual estão disponíveis para entrega para Grande São Paulo e para as cidades: Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Campinas.
Direção de conteúdo: Renata Garcia
Foto: Hick Duarte
Texto: Bruna Cambraia
Styling: Caroline Costa
Beleza: Krisna
Direção de arte: Ste Sangi
Set design: Ana Arietti
Coordenação de produção: Leili Rodrigues
Produção executiva: Juliana Damasio
Produção de moda: Giovanna Naomi, Vinícius Coni, Cacá Portela e Filipe Alecrim
Assistente de produção de moda: Gislaine Mattos
Camareira e costureira: Damiana
Camareiro: Herbert Correia
Light designer: Gael Oliveira
Assistente de fotografia: Gustavo Azevedo
Produção de arte: Kilter Paz e João Schiavo
Assistente de beleza: Yago Maia
Produção de set: Lucas Rabetine
Tratamento de imagem: Rômulo Koerich
Agradecimentos: Fellipe Parks, Estúdio Orth, Acepipe Catering e JW Marriott
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