Na fronteira do Brasil com o Paraguai, motoristas aguardam a inauguração de ponte que já está pronta há mais de um ano | Jornal Nacional
Nova ponte entre Brasil e Paraguai está pronta há mais de 1 ano, mas não pode ser usada
Uma ponte construída para ligar o Brasil ao Paraguai ficou pronta há mais de um ano, mas até hoje não foi liberada.
São 760 m de pista, torres de sustentação de 120 m de altura e o maior vão livre da América da Latina. Uma gigante construída para ser a segunda ligação entre Foz do Iguaçu, no Paraná, e o Paraguai. Mas, por enquanto, é só mais um ponto turístico.
“É só um cartão postal. Vem muito turista, entra e sai. Só vê a ponte. Por que qual é outra coisa?”, diz o aposentado Arnaldo Francisco do Anjos.
A construção da Ponte da Integração começou em 2019. As obras foram entregues cerca de três anos depois e custaram R$ 322 milhões, pagos por meio de uma parceria ente o governo do Paraná e a usina hidrelétrica Itaipu Binacional. Mas nunca nenhum veículo passou por ali.
A liberação do trânsito pela ponte esbarra na demora para conclusão de obras fundamentais em uma fronteira. No Brasil e no Paraguai, aduanas, pontos de fiscalização e os acessos ainda estão sendo construídos. Algumas obras, inclusive, começaram depois que a ponte já estava concluída.
As obras que vão ligar a BR-277 a nova ponte estavam previstas para ficarem prontas em agosto de 2022, mas só devem ser concluídas no segundo semestre de 2025. Enquanto isso, carros e caminhões disputam espaço na Ponte Internacional da Amizade, único acesso na região entre o Brasil e o Paraguai.
Para evitar grandes congestionamentos, caminhões vazios só podem cruzar a ponte depois das 19h. Quem chega mais cedo é obrigado a esperar no acostamento da rodovia.
“Tem vezes que a gente chega aqui 8h, 9h, a gente carrega aqui perto em Santa Terezinha, Medianeira, chega 8h, 9h, fica até 19h esperando para passar”, afirma o caminhoneiro Antônio Becker.
Quando liberada, a Ponte da Integração será usada, principalmente, para o transporte de cargas.
“É uma necessidade urgente. Não apenas para o transporte rodoviário de cargas, mas para todo aquele cidadão que deseja ir ao Paraguai”, afirma Sérgio Luiz Malucelli, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná.
“São 1000 pessoas indo e voltando todos os dias, boa parte delas com seus afazeres diários. É um brasileiro que trabalha no Paraguai é o paraguaio que trabalha no Brasil e as famílias se encontram. Então, impacto social é muito grande e a gente aguarda com ansiedade a entrega finalística das obras e essa solução definitiva que há de vir. A Receita está preparada”, diz Paulo Bini, delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu.
“É muito ruim, né? A gente vê que tem tudo na mão, mas só falta alguém ter um incentivo para melhorar aquilo dali. Para fazer, terminar o que começou. Temos esperança de que um dia vai dar certo”, afirma o caminhoneiro Alexandre Becker.
O Ministério de Obras do Paraguai e o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná declararam que as chuvas atrapalharam as obras e que as vias de acesso à ponte vão ficar prontas até novembro de 2025.
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