Missionários em lugares adversos e isolados

A Missão dos missionários a partir do século XVI, tornou-se um ícone dos portugueses ligados a diversas ordens religiosas, que partiram nas caravelas, após o período inicial dos Descobrimentos, promovido pela Coroa portuguesa e que foram prosseguindo ou ficando a viver em locais sem condições, muitas vezes adversas e sujeitos aos costumes e vivência dos povos intercontinentais, de etnias diferentes, tornando muito difícil a adaptação às novas condições de vida.

Os missionários portugueses deixaram marcas a nível global, que permanecem até aos nossos dias, com espírito de sacrifício e doação total na transmissão da palavra e mensagem da religião católica, criando melhores condições de vida para os povos autóctones e levando a palavra do Evangelho de Cristo aos locais mais remotos do planeta Terra.

Ao percorrer diversos continente e países, tive a oportunidade de constatar a presença dos missionários em locais recônditos e isolados, com profunda adaptação à vivência e aos costumes das tribos, sem deixar de cumprir a sua missão, com espírito de entre ajuda e transmissão adequada dos princípios emergentes às condições encontradas, tendo de se adaptar às comunidades locais.

Apesar de todas as dificuldades, cumpriam o seu trabalho de dádiva, procurando criar melhores condições de vida e trazendo apoios em diversas áreas, chegando a criar pequenos núcleos sanitários ou mesmo pequenos hospitais, como tive ocasião de encontrar em África ou na América do Sul. 

Em Angola, nas nascentes do rio Cuanza, em Mumbué, onde se instalou um acampamento de prospeção, em tendas de campanha e, posteriormente, em casas de construção definitiva, foi criada uma aldeia, com condições condignas, para portugueses e trabalhadores locais, com um aeroporto de terra batida, onde se instalou uma capela e um posto sanitário para apoiar os trabalhadores, mas também a população local, com carácter de gratuitidade e sentido humanitário, respeitando os costumes tribais.

Nas deambulações da prospeção geológica e mineira, veio a encontrar-se num local totalmente isolado um bom hospital, com razoáveis condições de prestação de serviços de uma missão evangélica anglicana, oriunda da Grã-Bretanha, que se tornou num centro sanitário, com profissionais capazes de cumprir a sua atividade sanitária, social e religiosa.

Noutros locais muito inacessíveis em Angola, no Gabão, onde constatei a sua inigualável missão na leprosaria de Lambaréne, na República Centro Africana, na Guiné-Bissau, no Gana, na Namíbia, na Guiné Conacri, e noutros locais do continente africano ou na América do Sul, na Brasil, na Venezuela e na Colômbia, onde também tive ocasião de encontrar instalações missionárias de referência, em percursos isolados e sem população em locais muito distanciados, que refletiam o trabalho levado a efeito por diversas Missões, promotoras de mais valias civilizacionais, religiosas e sanitárias, que deixaram marcas de estoicismo, sofrimento, com amor ao próximo e a Cristo, tornando incontornável a sua dedicação, sendo heróis e respeitadas pelas etnias e tribos locais.

É de toda a justiça deixar uma palavra de reconhecimento pelo trabalho missionário, levado a efeito ao longo de séculos pelas missões ecuménicas transcontinentais, em vivência difícil e isolada e que contribuíram para a implementação de melhores condições de vida junto dos povos autóctones, que verifiquei e vivi entre 1960-1999, em locais recônditos por onde passei na minha missão profissional de pesquisa, prospeção e consultadoria na área mineira e que contribuiu para um sentido mais humanista e solidário em vivência comunitária.

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