A direção do Hospital municipal Miguel Couto informa que o estado de saúde de Lucas Camaz, de 9 anos, é grave. O menino foi atingido por linha chilena numa das pernas, na tarde deste sábado, quando estava numa praça na Taquara, na Zona Oeste do Rio, e precisou passar por uma cirurgia de emergência. A família contou que a criança se recupera, mas está fraca, por ter perdido muito sangue.
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Lucas estava com os pais e o padrinho na praça Waldir Vieira, onde diversas pessoas soltavam pipa. Quando o menino foi correr atrás de uma delas, um carro passou e puxou a linha chilena que estava no chão, atingido o garoto. O fio cortou a perna da criança, na altura da panturrilha. Segundo Carolainy Camaz, tia de Lucas, ele foi socorrido pelos parentes com uma lesão profunda: .
– Foi um corte bem profundo. Ele passou por uma cirurgia ontem no Hospital das Clínicas de Jacarepaguá e agora está em observação no Hospital municipal Miguel Couto. Estão cuidando muito bem dele. Ele está acordado. E, agora, estamos esperando para ver o que será feito.
Nas redes sociais, ela criticou o uso e a comercialização de linha chilena, que é proibida por lei.
“Gente, linha chilena destrói famílias. Cadê a lei para isso acabar? Até quando um famíliar nosso vai sofrer com isso? Cadê a punição pra quem vende essa linha ? Peço ajuda em uma corrente de oração pelo meu sobrinho. Por causa de pessoas irresponsáveis, meu sobrinho está passando por isso”, escreveu.
Outras vítimas da linha chilena
A comercialização e utilização de cerol (mistura de pó de vidro com cola de madeira), linha chilena (composta de quartzo e óxido de alumínio), ou de outros materiais cortantes utilizados para soltar pipas é proibida no Estado do Rio de Janeiro. Os estabelecimentos que descumprirem a norma estão sujeitos a sofrerem sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor. Contudo, é fácil adquirir os produtos. Em lojas de bairro, o preço vai de R$ 5 a R$ 20. Mesmo na internet, em bazares virtuais, o material é vendido livremente.
Há dois meses, a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara do Rio criou canais de atendimento para receber denúncias sobre uso e venda das linhas proibidas por lei.
Em 2019, a menina Eloah de Oliveira de Macedo, então com 8 anos,foi atingida por uma linha chilena e teve que amputar uma das pernas. Ela teve as duas pernas cortadas por uma linha chilena ao atravessar uma passarela na Avenida Brasil, altura de Realengo, na Zona Oeste do Rio.
No mesmo dia, outra vítima de cortes causados por linhas chilenas foi atendida pelo Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo. O porteiro José Wilton da Silva, à época com 26 anos, passava de moto pela Avenida Brasil, por volta das 13h, quando teve o pescoço e a mão cortados por uma linha de pipa. Uma enfermeira que trabalha no próprio Albert Schweitzer estava próximo ao motociclista no momento do acidente e o socorreu.
No final do ano de 2019, o cabo da Marinha Victor de Melo Baptista, de 27 anos foi atingido por uma linha com cerol enquanto dirigia a moto pela Linha Amarela, na altura do bairro de Pilares, Zona Norte. Ele voltava da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste, onde estava com amigos, quando foi atingido. O cabo morreu no acidente.
Um empresário de 42 anos ficou com um corte no pescoço feito por uma linha chilena em um final de tarde de fevereiro de 2020, enquanto voltava do trabalho, na Rodovia Presidente Dutra, na altura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Jair Sena, morador de Nova Iguaçu, disse que o ferimento só não foi mais profundo porque ele estava com um óculos de sol na gola da camisa.
Meses depois, o gari Alex Leandro Silva Motta, de 35 anos, morreu após ser ferido por uma linha chilena, quando trafegava de motocicleta pela Avenida Brasil, na Altura de Guadalupe, por volta das 22h. Ele estava de capacete, mas a viseira estava aberta. Ele deixou dois filhos.
Em junho deste ano, um menino de 5 anos foi atingido por uma linha chilena, quando andava de bicicleta no Cafubá, na Região Oceânica de Niterói.
Já em julho, câmeras de segurança capturaram o momento em que uma criança ficou ferida depois que uma linha chilena agarrou em seu pescoço. O acidente foi em um condomínio em Realengo.
A situação é tão alarmante que, em janeiro de 2019, uma águia foi resgata por agentes da Patrulha Ambiental da prefeitura, na Zona Oeste do Rio, após ter sido ferida por uma linha de pipa com cerol.
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