“Queremos medidas significativas, rápidas e com garantias”, explicou à RFI Pascal Verriele, representante local da Federação Nacional de Sindicatos de Agricultores da França. “A raiva é grande, os agricultores estão determinados e faremos ações que vão visar Paris”, ameaça.
“As manifestações são muito raras no mundo agrícola, mas penso que esta vai deixar a sua marca”, explicou à AFP Sylvain Robert, viticultor de Hérault, no sul da França. Ele denuncia a precariedade da profissão “entre impostos e normas que estão em constante mudança”. Esta manhã, Robert se juntou ao movimento no pedágio perto de Montpellier, onde reforçou um comboio de quase 600 veículos, incluindo 315 tratores.
“Vamos ficar pelo menos por um dia, tudo vai depender dos anúncios, mas eles têm que ser fortes porque as pessoas lá estão determinadas”, explicou Damien Onorre, membro da direção do Sindicato dos Viticultores de Aude, na Occitânia, no sudoeste do país, região também afetada pelos protestos.
Protestos já duram uma semana
Há uma semana que agricultores franceses protestam, bloqueando estradas, descarregando caminhões estrangeiros que entram na França com mercadorias de outros países, especialmente produtos alimentares. Em alguns locais, eles despejam chorume em frente às prefeituras e queimaram feno.
Os protestos também acontecem em frente a supermercados, que os agricultores dizem não pagar o preço justo por seus produtos, apesar de haver uma legislação (a lei “Egalim”) para garantir preços mínimos aos produtores agrícolas na França.
O ministro da Economia, Bruno Le Maire, indicou durante uma conferência de imprensa, nesta sexta-feira, ter constatado “um certo número de infrações” à lei Egalim, que tem impacto nos rendimentos dos agricultores, por parte dos “industriais” e “de determinados distribuidores”.
Seja na agricultura convencional ou biológica, muitos produtores rurais denunciam a queda de seus rendimentos, assim como a complexidade administrativa e a sobrecarga de normas em vigor para o setor.
Perante esta revolta que afeta grande parte da França, o primeiro-ministro Gabriel Attal, deve visitar uma fazenda de gado em Haute-Garonne, na região da Occitânia, onde conversará com os agricultores. Em seguida, novas medidas para o setor devem ser anunciadas.
As autoridades locais, como o prefeito de Hérault, apelam a manifestações “pacíficas”. Os próprios agricultores também. “Pedimos um movimento calmo e respeitoso. Houve muitos que vieram para se fazer ouvir, mas não necessariamente da forma certa”, lamentou Marion Lorente, 30 anos, criadora de galinhas e ovelhas na região.
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