Algumas das sondagens até agora divulgadas colocam a nova Aliança Democrática (AD) e o PS em situação de empate técnico. E algumas admitem uma ligeira vantagem da coligação de direita, pouco significativa.
Se estes números se confirmarem, revelam uma tendência de subida da AD que, na última semana de 2023, ficava a quase 10 pontos percentuais do Partido Socialista.
Esta enorme discrepância pode ser atribuída à agitação política das últimas semanas. Resta saber quem beneficiou mais, se o PS com o seu congresso, se a direita, com o anúncio da coligação. A clarificação só acontecerá quando assentar a poeira destes dias.
Somando os números apurados em diferentes sondagens, conclui-se que a direita leva sempre a melhor sobre a esquerda, embora a diferença não ultrapasse os três pontos percentuais. E na direita tem sido sempre considerado o Chega, apesar de Luís Montenegro já ter excluído qualquer possibilidade de se coligar com o partido de extrema-direita.
As subidas do Chega podem ser explicadas com as perdas da Iniciativa Liberal.
Há que referir que o Chega é o partido que mais sobe nas sondagens. Em apenas duas semanas, de acordo com alguns estudos, teve um ganho de 1,7 por cento, semelhante ao conseguido pela AD. No entanto, a coligação só subiu porque passou a somar as intenções de voto do PSD e do CDS. E, claro, beneficiou da queda do PS.
A Iniciativa liberal continua a registar números muito flutuantes, que acabam por corresponder às notícias de instabilidade interna que o partido atravessa, com algumas deserções e muita contestação à actual direcção. As subidas do Chega podem ser explicadas com as perdas da Iniciativa Liberal. Isto é, pode estar a ocorrer uma trânsfuga de eleitores do IL para o partido de André Ventura. Se, nas duas primeiras semanas de Janeiro, um partido perdeu dois pontos percentuais, o outro ganhou exactamente esse valor. E, dois por cento numa votação de sete é relevante.
O Bloco de Esquerda parece ter estabilizado numa votação entre os 6,7 e os 7,2 por cento, ficando à frente da Iniciativa Liberal, embora por margem mínima. Mariana Mortágua está a segurar as pontas, o que já não acontece com Paulo Raimundo. As oscilações da CDU são muito pronunciadas e sempre abaixo dos três por cento.
O Livre, tudo indica, obterá uma votação um pouco superior ao resultado de há dois anos, que foi de 1,28 por cento. A generalidade das medições coloca o partido nos dois por cento.
É preciso esperar mais umas semanas para que os valores agora indicados pelas sondagens se tornem mais firmes e credíveis. Para já, temos as eleições nos Açores que podem influenciar o eleitorado nacional, ainda que minimamente. E esperar que Pedro Nuno Santos consolide a sua notoriedade, como líder socialista.
(Autor escreve ao abrigo do antigo acordo ortográfico.)
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