Haiti, um país mergulhado na anarquia e no caos
Grupos criminosos controlam as ruas. Missão internacional de estabilização suspensa após demissão do primeiro-ministro Ariel Henry.
Ricardo Ramos 01:30
O Haiti, um dos países mais pobres do Mundo, mergulhou nas últimas semanas numa espiral de caos e anarquia sem precedentes, com grupos criminosos armados a tomarem o controlo das ruas e a atacarem o Palácio Presidencial e o aeroporto. Na origem desta explosão de violência está a oposição dos grupos criminosos liderados pelo ex-polícia Jimmy ‘Barbecue’ Chérizier ao envio para o país de uma força multinacional de polícia mandatada pela ONU para estabilizar o país.
Desde o assassinato do Presidente Jovenel Moise, em 2021, que o poder e a influência dos grupos criminosos não têm parado de aumentar. Além de aterrorizarem a população, estes grupos disputam entre si o controlo dos principais bairros da capital, do ‘negócio’ dos sequestros e do tráfico de droga. Segundo a ONU, milhares de pessoas já foram mortas nesta verdadeira ‘guerra civil’ entre grupos criminosos, que fez mais de 300 mil deslocados internos. A situação agravou-se ainda mais quando, aproveitando a ausência do PM, Ariel Henry, no estrangeiro, no final do mês passado, Chérizier declarou guerra aberta ao Governo e lançou o que diz ser uma “revolução” para “colocar o destino do Haiti nas mãos dos haitianos”. Mais bem armados e treinados do que as forças de segurança haitianas, os seus homens atacaram edifícios governamentais, libertaram cerca de 4 mil criminosos das cadeias e colocaram o país a ferro e fogo. Muitas pessoas terão morrido, na sua maioria civis apanhados no fogo cruzado.
Pressionado pelos EUA e pelos países vizinhos, Henry aceitou esta semana demitir-se. Os planos para o envio da força multinacional, que seria liderada pelo Quénia, foram entretanto suspensos devido ao agravamento da situação, numa dupla vitória para os grupos criminosos.
O homem mais poderoso do Haiti
Diz-se que Jimmy ‘Barbecue’ Chérizier ganhou a alcunha por queimar vivos os inimigos. O ex-polícia admirador de ‘Papa Doc’ e Che Guevara nega, mas admite que só uma “revolução sangrenta” conseguirá livrar o Haiti da corrupção e dar o poder ao povo. Foi expulso da polícia em 2018 após um massacre em que mais de 70 pessoas foram mortas. Gosta de dar entrevistas e não esconde as ambições políticas.
O Haiti, um dos países mais pobres do Mundo, mergulhou nas últimas semanas numa espiral de caos e anarquia sem precedentes, com grupos criminosos armados a tomarem o controlo das ruas e a atacarem o Palácio Presidencial e o aeroporto. Na origem desta explosão de violência está a oposição dos grupos criminosos liderados pelo ex-polícia Jimmy ‘Barbecue’ Chérizier ao envio para o país de uma força multinacional de polícia mandatada pela ONU para estabilizar o país.
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