“Vamos apostar também no tratamento e reutilização segura da água de esgoto, fazer investimentos nos sistemas sanitários e dos esgotos, e à medida que vamos aumentar e melhorar a nossa capacidade de tratamento e recolha de água de esgotos, vamos também disponibilizar mais água para a agricultura”, sublinhou Miguel da Moura.
O governante, que falava à imprensa, durante o workshop de monitorização e comunicação da meta 6.4 do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (utilização e escassez de água) nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) e nos Países Menos Desenvolvidos (PMD), disse que sendo Cabo Verde um país árido o grande desafio passa pela diversificação das fontes de água.
Para tal, sublinhou que a estratégia do Governo integra a dessalinização da água do mar para irrigação, a reutilização segura da água residual tratada nos sistemas produtivos de modo a assegurar um desenvolvimento sustentável do sector agrário conjugado com a utilização das energias renováveis na sua mobilização e sua distribuição.
“Antes a nossa matriz hídrica era composta basicamente por água subterrânea, e após os quatro anos de seca a água tornou-se cada vez mais escassa”, referiu o secretário de Estado que avançou que a aposta recai na dessalinização de água do mar e água salobra para a agricultura.
“É desta forma que nós pensamos manter um país resiliente e que não depende só das chuvas que possa produzir independentemente das chuvas com recurso à água subterrânea, água superficial e também água residual tratada de forma segura”, acrescentou.
A nível de abastecimento de água, considerou que o nível de alcance é “satisfatório”, mas sublinhou que a meta do executivo é ir mais longe e fazer com que uma pessoa tenha o máximo de 90 litros de água por dia e não menos de 40 litros e que nenhuma família gaste mais do que 5% do seu rendimento nos serviços de água e saneamento.
“Isso demonstra que as políticas associadas à meta 6.4 do ODS estão em bom ritmo em Cabo Verde e temos agora grandes investimentos a fazer em matéria de abastecimento de água e saneamento e esses investimentos que são estruturantes vão catapultar o país para novos patamares em matéria do cumprimento desses ODS”, apontou.
Por seu turno, a representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO em Cabo Verde, Ana Laura Touza realçou a importância deste workshop, uma vez que vai permitir aos países identificar os desafios para assegurar a monitorização do ODS 6.4 e as formas de reforçar as recolhas, análises e a divulgação de dados sobre água.
“A FAO está fortemente empenhada em promover e implementar a gestão integrada dos recursos hídricos para tornar os sistemas agroalimentares mais eficientes, resilientes, inclusivos e sustentáveis”, concluiu.
O workshop é organizado como parte do programa AQUASTAT (Sistema de informação global sobre Alimentação e Agricultura) e conta com a participação de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Madagáscar e Comores.
Inforpress
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