Do Luxemburgo a Portugal de carro para o Natal: “Bilhetes de avião estavam a 1.400 euros”

Desde 2016 que Paulo Costa não viaja de carro até Portugal. Este ano, decidiu voltar a fazer o trajeto a conduzir porque os bilhetes de avião estão “caríssimos”. O português de 50 anos, que vai viajar com a mulher e a filha, até costuma verificar os preços com alguma antecedência, mas ficou surpreendido ao perceber que os valores estão mais elevados do que nos anos anteriores. 

“Na última vez que vi, uma viagem de ida e volta para o Porto pela Ryanair para três pessoas, sem mala de porão, custava cerca de 1.400 euros. Antes costumava pagar 800 ou 900 euros. Senti que este ano está demasiado caro. É um exagero de dinheiro”, afirmou ao Contacto.

Noutras companhias aéreas, como a Luxair ou a TAP, os preços podem chegar aos 1.600 euros, comparou Paulo. “Em agosto e dezembro é quase impossível viajar de avião. No verão, fui de avião para Lisboa e paguei 1.275 euros ida e volta, para três pessoas, com bagagem, na Luxair. Mesmo assim já é caro, mas agora no Natal ainda está mais”.

Desiludidos com os preços dos bilhetes de avião, Paulo e a mulher decidiram viajar de carro até Viseu para passar o Natal. Por causa da escola da filha de quatro anos, que só termina no dia 22 de dezembro, só podem partir nessa sexta-feira. O plano é sair da casa em Sandweiler, na Cidade do Luxemburgo, à hora de almoço e chegar a Portugal no domingo, dia 24, véspera de Natal, ainda a tempo de almoçar com a família.

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No total, são cerca de 2.000 quilómetros e mais de 18 horas de condução até Viseu. Pelo caminho, vão fazer algumas paragens. A viagem será dividida em três etapas. Na sexta-feira, dia 22, vão fazer cerca de 800 quilómetros até à zona de Bordéus, onde passam a noite. “Contamos chegar pelas 20h ou 21h, após oito horas de condução e uma hora de paragem”, prevê o português.

No sábado, dia 23, a ideia é arrancar de manhã, pelas 8h ou 9h, e fazer mais 600 quilómetros até Valladolid, em Espanha, em seis horas de viagem. “Fazemos duas paragens para dormir, porque a criança é pequena”, explica Paulo. No domingo, dia 24, fazem uma etapa mais curta, de cerca de 300 quilómetros e três horas de condução, até chegar a Viseu, pela hora de almoço.

Trajeto diferente na viagem de regresso

Na consoada, vão estar 30 pessoas à mesa, entre avós, filhos e netos, revela. “É uma altura em que é importante estar presente. Desta vez, optamos por passar um período mais longo em Portugal”. Paulo e a mulher decidiram tirar duas semanas de férias e só voltam ao Luxemburgo no dia 8 de janeiro, quando a filha regressa à escola.

A viagem de volta deverá durar três dias, porque a família quer aproveitar para passear e visitar algumas cidades pelo caminho. “Ainda não decidimos exatamente onde vamos parar e por quanto tempo. Depende da meteorologia, mas mesmo no inverno há sempre paisagens bonitas. Fazemos um trajeto diferente, vamos parar em Barcelona, por exemplo”, diz o português.

Ao todo, Paulo estima gastar cerca de 800 euros na viagem. “Com o carro, devo gastar com gasóleo e portagens cerca de 500 euros ida e volta. Temos uma média de 100 euros por dormida, mais as refeições, em cerca de 200 euros”, calcula. “Prefiro gastar o mesmo que gastaria de avião e ainda poder visitar novos locais”.

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Tal como Paulo, muitos outros emigrantes optam por viajar de carro até Portugal, tanto nas férias de verão como no Natal. E, na opinião do português, há cada vez mais pessoas a tomar essa decisão. “Tenho vários amigos que foram de carro no verão. Tem sido uma opção mais recorrente. Tenho a certeza que tem aumentado por causa dos preços das viagens de avião. Todas as companhias estão extremamente caras”.

Quando chegou ao Luxemburgo, em 2011, os preços eram mais acessíveis, mesmo sem as companhias low cost, recorda Paulo. Agora, é preferível viajar de carro. No próximo ano, talvez repita a aventura. “A menina está a crescer, por isso talvez no verão posamos ir mais de carro para conhecer a Europa. Vamos passeando com várias paragens. É melhor culturalmente, porque ao menos ficamos a conhecer, em vez de estar a derreter o dinheiro numa viagem de avião”, conclui.

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