DN em luta. 159 anos na vida de Portugal

29 de dezembro de 1864 – É publicado o primeiro número do Diário de Notícias, que marca o início da era do jornalismo industrial em Portugal.Eduardo Coelho foi o seu primeiro diretor, até à data da sua morte, em 1889.

1919 – O Diário de Notícias foi vendido à empresa moageira Companhia Industrial de Portugal e Colónias.

1924 – Por ocasião do 60.º aniversário, o Diário de Notícias vendia 100 mil exemplares em todo o país e empregava 560 pessoas.

1928 – Já com a ditadura instalada, a Empresa do Diário de Notícias foi convertida na Empresa Nacional de Publicidade – ENP, controlada pela Companhia Industrial de Portugal e Colónias e pela Caixa Geral de Depósitos.

1940 – Foi inaugurada uma nova sede, no número 266 da Avenida da Liberdade, projetada pelo arquiteto Pardal Monteiro e decorada com painéis de Almada Negreiros. Foi a primeira obra arquitetónica projetada de raiz para um jornal em Portugal.

1975 – José Saramago, mais tarde prémio Nobel da Literatura, integra a direção do DN, como diretor-adjunto de Luís de Barros, na época conturbada após a revolução do 25 de abril de 1974. Essa direção seria afastada após os acontecimentos político-militares de 25 de Novembro de 1975 e o Diário de Notícias esteve suspenso durante um mês.

1991 – Sob o governo de Cavaco Silva, deu-se a reprivatização da EPNC, a empresa pública a que pertencia o Diário de Notícias desde a revolução de abril. O jornal foi adquirido pela Lusomundo, empresa vocacionada para a distribuição cinematográfica e liderada pelo coronel Luís Silva, que também comprou o Jornal de Notícias.

29 de dezembro de 1995 – Na data em que completou 131 anos, o Diário de Notícias estreava a sua edição online.

2000 – A Lusomundo vende o seu negócio de media, onde estavam incluídos títulos como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, à PT Multimédia, empresa do universo Portugal Telecom, num negócio avaliado em 190 milhões de euros. No primeiro trimestre desse ano, a ficha técnica do Diário de Notícias englobava 114 jornalistas e 8 repórteres fotográficos e o jornal tinha uma circulação paga, segundo dados da APCT, de 70991 exemplares em média.

2005 – Após o investimento inicial, a PT Multimedia arrefeceu o seu interesse na área dos media e acabou por vender o grupo em agosto de 2005 à Controlinveste, do empresário Joaquim Oliveira, por 300 milhões de euros. Nessa altura, o Diário de Notícias tinha 126 jornalistas e 8 repórteres fotográficos na sua ficha técnica, além de outros elementos de apoio à redação. A circulação paga do jornal era em média de 35 mil exemplares.

2009 – Em janeiro, a Controlinveste anuncia o maior despedimento no setor dos media desde a década de 1980, com o despedimento de 122 trabalhadores, dos quais mais de 50 jornalistas. No DN, saem 22 jornalistas. A circulação paga do jornal era de 42 mil exemplares em média.

2014 – Em junho, um novo despedimento coletivo na Controlinveste afeta 160 trabalhadores e leva à saída de mais 24 trabalhadores do Diário de Notícias. O empresário Joaquim Oliveira reduziu a sua posição e cedeu uma parte a bancos credores (BCP e Novo Banco) – dando lugar a novos acionistas como o empresário angolano António Mosquito e Luís Montez. Daniel Proença de Carvalho assume a presidência não executiva. Em dezembro, o grupo passa a denominar-se Global Media Group. O DN tinha então já apenas 61 jornalistas na ficha técnica, tendo perdido metade da redação em cinco anos. E tinha uma circulação paga de 15 mil exemplares.

2016 – Em novembro, a redação do jornal mudou-se do histórico edifício da Avenida da Liberdade, vendido por 20 milhões de euros a um fundo, para as Torres de Lisboa.

2017 – Dá-se a entrada do empresário macaense Kevin Ho no capital social, ficando com 30%, mediante o investimento de 15 milhões de euros. Entra também José Pedro Soeiro, “empresário e gestor com participação em empresas portuguesas, angolanas e do Reino Unido”, como se refere em comunicado.

2018 – A 2 de julho, a administração da Global Meda Group decide passar o Diário de Notícias a um jornal digital, com apenas uma edição impressa semanal. A redação tinha então 50 jornalistas.

2020 – Em abril, os diretores Catarina Carvalho e Ferreira Fernandes demitem-se após um plano de cortes apresentado pela administração, no início da pandemia de covid-19. Em setembro, o empresário Marco Galinha compra 40% da Global Media, entre os quais as participações dos bancos, por quatro milhões de euros. Em outubro, é anunciado mais um despedimento coletivo, de 81 pessoas, dos quais 17 jornalistas. Destes, mais de metade no DN: oito. 

29 dezembro 2020 – Diário de Notícias regressa às bancas com uma edição impressa diária, mas com uma redação entretanto reduzida para 28 jornalistas, incluindo chefias e diretores. 

2023 – Em setembro do ano passado, o World Opportunity Fund (WOF) adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, Lda. (Páginas Civilizadas), proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto GMG. Marco Galinha deixou a presidência executiva, que foi assumida por José Paulo Fafe. Em dezembro, a comissão executiva anuncia a intenção de reduzir 150 a 200 trabalhadores no grupo. Não é pago o subsídio de natal. Em final de dezembro, também não é pago o salário aos trabalhadores de vários títulos, entre os quais o DN. Situação que se mantém até hoje.

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