Paralelamente às melhorias constatadas, o autor do relatório da Total, o diplomata francês Jean-Christophe Rufin, também faz 13 recomendações, entre as quais a de que a empresa conduza uma verdadeira estratégia de desenvolvimento e que haja uma “rápida conclusão do processo de recolocação no respeito dos direitos das populações”.
Por outro lado, Jean-Christophe Rufin também preconiza que as relações entre o projecto Mozambique LNG e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique sejam revistas, uma vez que a situação no terreno também conheceu alterações.
Para o analista político Dércio Alfazema, várias leituras podem ser feitas sobre esta última recomendação.
“A Total pode estar a olhar para aquilo que é a situação actual em que há maior segurança, maior tranquilidade para demandar por uma força que se adequa melhor a esse contexto, para além claramente da dimensão técnico-militar, é importante que esta força tenha também uma inserção social muito forte para poder criar uma maior aproximação e uma convivência com as comunidades, sobretudo olhando para aquilo que é o respeito dos Direitos Humanos”, considera o analista.
“Por outro lado, também podemos olhar numa perspectiva de maior disponibilidade das Forças de Defesa e Segurança para garantir a segurança e a protecção das pessoas e bens”, acrescenta Dércio Alfazema.
Recorde-se que, de acordo com a ONU, os ataques cometidos por grupos armados provocaram desde 2017 pelo menos 4 mil mortos, mais de um milhão de deslocados e inúmeros prejuízos materiais e económicos. As violências levaram nomeadamente a petrolífera francesa Total a suspender em 2021 a implementação do seu megaprojecto de exploração de gás naquela região.
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