Diocese de Angra assinala solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria em 9 paróquias como a festa principal do ano
Foto: Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Solenidade é celebrada em toda a diocese mas há nove paróquias no Corvo, Santa Maria, São Miguel, Terceira, Flores e Faial, que celebram a sua padroeira neste dia
A Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria, celebrada em todo o mundo católico, tem particular relevo na diocese de Angra nas ilhas de Santa Maria e do Corvo onde a festa tem dimensão de ilha. No caso da ilha de Santa Maria, a primeira a ser descoberta, é a única que tem como invocação a Mãe de Jesus por ter sido encontrada justamente nesse dia.
A festa, em Vila do Porto, envolve toda a Igreja e tem como ponto alto a Missa solene, às 17h00 do dia 15 de agosto, seguida de procissão pelas principais artérias da Vila.
Em São Miguel, as festas distribuem-se por vários concelhos com particular destaque para Lagoa e Ponta Delgada.
A festa de Nossa Senhora dos Anjos, em Água de Pau (Lagoa) reveste-se de uma importância histórica e cultural para a Vila de Água de Pau e para as suas gentes, que revive valores e tradições essenciais para a sua identidade. A ligação entre o humano e o divino é uma componente fundamental destas comemorações, sendo a devoção a Nossa Senhora dos Anjos um elo espiritual que une a comunidade local ao transcendente.
A Missa solene em honra de Nossa Senhora dos Anjos, em Água de Pau, tem lugar às 12h30 do dia 15 e será presidida pelo padre Davide Vieira, pároco do Cabouco. Às 17h30 tem lugar a procissão e às 21h00 o sermão final com a consagração a Nossa Senhora. Participam 10 bandas filarmónicas e 19 andores. O de Nossa Senhora dos Anjos é o mais especial e a Imagem, uma vez mais irá recebendo as ofertas em dinheiro, atiradas em argolas, decoradas com flores, que são enfiadas no braço da escultura.
Ainda em São Miguel há, neste dia, mais duas festas em honra das padroeiras: na Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, honra-se também Nossa Senhora dos Anjos, com missa e procissão e na Ajuda da Bretanha, também em Ponta Delgada, mas na Ouvidoria das Capelas, honra-se Nossa Senhora da Ajuda.
Também na ilha Terceira há três paróquias que esta terça-feira acolhem a festa da padroeira: Nossa Senhora da Guadalupe, na Agualva; Nossa Senhora das Mercês na Feteira e Nossa Senhora do Pilar, nas Cinco Ribeiras. Também no Faial, a Praia do Almoxarife recebe a festa de Nossa Senhora da Graça. Nas Flores e no Corvo a Solenidade assume um cariz importante com a festa de Nossa Senhora dos Milagres. Esta festa, na mais pequena ilha do arquipélago, vai ser presidida pelo bispo de Angra.
O que significa a Assunção da Virgem Santa Maria
A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de “Nascimento para o Céu” ou, segundo a tradição bizantina, de “Dormição”.
Em Roma, esta festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1° de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma.
No Credo Apostólico, professamos a nossa fé na “ressurreição da carne” e na “vida eterna”, fim e sentido último do caminho da vida terrena. Esta promessa de fé cumpriu-se em Maria, sinal de “consolo e esperança” (Prefácio). Trata-se de um privilégio de Maria, por ser intimamente ligado ao fato de ser Mãe de Jesus: visto que a morte e a corrupção do corpo humano são consequências do pecado, não era oportuno que a Virgem Maria – isenta de pecado – fosse implicada nesta lei humana. Daí o mistério da sua “Dormição” ou “Assunção ao céu”.
O fato de Maria ter sido elevada ao céu é motivo de júbilo, alegria e esperança para nós: “Já e ainda não”. Uma criatura de Deus, Maria, já está no Céu e, com ela e como ela, também nós, criaturas de Deus, estaremos um dia. Portanto, o destino de Maria, unida ao corpo transfigurado e glorioso de Jesus, será o mesmo destino de todos os que estão unidos ao Senhor Jesus, na fé e no amor.
É interessante notar que a liturgia – através dos textos bíblicos, extraídos do livro do Apocalipse e de Lucas – nos leva não tanto a refletir sobre o canto do Magnificat, mas a rezar.
O Evangelho sugere ler o mistério de Maria à luz da sua oração, o Magnificat: o amor gratuito, que se estende de geração em geração; a predileção pelos simples e pobres encontra em Maria o melhor fruto: poderíamos dizer que é a sua obra-prima, um espelho no qual todo o Povo de Deus pode refletir seus próprios lineamentos.
A Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, em corpo e alma ao Céu, é um sinal eloquente do que, não só a “alma”, mas também a “corporeidade” confirmam que “tudo era muito bom” (Gn 1,31), tanto que, como aconteceu com a Virgem Maria, também a “nossa carne” será elevada ao céu.
Proclamação do Dogma
“O dogma da Assunção – explicou S. João Paulo II numa audiência – afirma que o corpo de Maria foi glorificado depois da morte. Com efeito, enquanto para os outros homens a ressurreição dos corpos se há de verificar no fim do mundo, para Maria a glorificação do próprio corpo foi antecipada por singular privilégio”.
Nessa audiência referiu que “a 1 de novembro de 1950, ao definir o dogma da Assunção, Pio XII evitou usar o termo «ressurreição» e tomar posição a propósito da questão da morte da Virgem como verdade de fé. A Bula Munificentissimus Deus limita- se a afirmar a elevação do corpo de Maria à glória celeste, declarando tal verdade como um “dogma divinamente revelado” ”.
(Com Vatican News, Ecclesia e Aleteia)
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