Detenções da PSP caem a pique – Portugal

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• Foto: Nuno André Ferreira

PSP

Em cada sábado de dezembro, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) efetuou cerca de 40 detenções. Um número semelhante a cada sexta-feira do mesmo mês, de acordo com os dados oficiais da PSP. Mas esta semana o número de detenções no maior comando policial do País caiu a pique. Na sexta-feira, dia 12 de janeiro, foram concretizadas nove detenções. No sábado, o número foi ainda mais baixo: quatro.

A redução, garantem ao CM operacionais da PSP, está relacionada com os protestos iniciados há uma semana e que têm levado dezenas de elementos da PSP e GNR a vigílias diárias junto ao Parlamento, protestos em todas as ações dos membros do Governo cessante e milhares de recusas em operar viaturas sem condições. Agora começa a sentir-se o boicote às operações policiais de fiscalização e nota-se a demora na resposta a algumas ocorrências que, por norma, resultavam em detenções.

De acordo com dados da própria PSP, no sábado, em toda a área do Cometlis – que abrange os concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Amadora, Sintra, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira e inclui 16 divisões (entre elas a do Aeroporto Humberto Delgado e a do Aeródromo de Tires, Investigação Criminal, Transportes Públicos ou Turismo, num total de quase 120 esquadras e perto de 100 instalações físicas) – registou-se uma detenção por condução sob o efeito de álcool, outra por detenção de arma proibida, outra por resistência e coação e uma por crime contra a propriedade. Uma décima parte das detenções concretizadas nos sábados de dezembro, para efeitos de comparação – 40 no dia 30; 45 no dia 16; 23 no dia 9. O CM tentou obter explicações sobre o ‘fenómeno’ junto da Direção Nacional da PSP, que remeteu eventuais esclarecimentos para hoje.

Pedro Nuno Santos na mira dos polícias

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o primeiro-ministro António Costa foram até agora os alvos dos polícias em protesto. Mas com o Governo já em gestão e a dissolução do Parlamento – esta segunda-feira –, o candidato do PS a primeiro-ministro tomou esse lugar. Pedro Nuno Santo afirmou que havia um “aumento significativo nas remunerações das Forças de Segurança em 2024” que chegaria a “20% em 2026”.“O aumento previsto para 2024 é zero, por isso anunciar 20% de aumento sobre esta base é anunciar 0% de aumento!”, responderam os sindicatos da PSP e GNR.

PORMENORES

MANIFESTAÇÃO VIGÍLIA SEM FIM

Agentes da PSP e militares da GNR têm estado junto à Assembleia da República desde domingo, 7 de janeiro. Prometem não desistir até verem satisfeitas as reivindicações por melhores ordenados e condições de trabalho.

SOLIDARIEDADE SOPA E AGASALHOS

Os polícias em protesto na AR têm recebido o apoio de populares e colegas com bebidas quentes e agasalhos. Este domingo de madrugada uma panela de caldo verde trouxe algum calor.ASSALTO POLÍCIAS TRAVAM LADRÕESUm motorista TVDE parou este domingo de madrugada junto ao protesto de polícias no Parlamento e pediu ajuda. Os dois passageiros tentavam fugir de um assalto e foram detidos. Acabaram libertados depois de serem constituídos arguidos.26 presos por dia

Na semana do Natal, entre 22 e 26 de dezembro, a PSP de Lisboa fez 131 detenções – uma média de 26 por dia. Metade resultaram de fiscalizações rodoviárias.Colete balísticoDezenas de polícias têm recusado intervenções com coletes balísticos fora de prazo, obrigatórios em situações de violência ou uso de armas.críticas internas

A divulgação do número de detenções em alguns comandos do País, que se mantiveram quase iguais, está a ser criticada pelos operacionais da PSP em protesto.

Em cada sábado de dezembro, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) efetuou cerca de 40 detenções. Um número semelhante a cada sexta-feira do mesmo mês, de acordo com os dados oficiais da PSP. Mas esta semana o número de detenções no maior comando policial do País caiu a pique. Na sexta-feira, dia 12 de janeiro, foram concretizadas nove detenções.