De comunicadora a empreendedora, Cátia Lush lança plataforma para promover cultura e turismo de Cabo Verde

Cátia Lush Sequeira é uma profissional de Relações Públicas que logo no ensino secundário descobriu a sua “vocação” para a comunicação. Hoje com 38 anos, Lush possui uma carreira que passa pelos gabinetes de comunicação e imagem do Ministério da cultura de Cabo Verde e de outras instituições nacionais e internacionais, até à criação da sua própria empresa.

Entre as funções que desempenhou, Cátia destaca os processos de “estruturação da comunicação dos gabinetes” por onde passou como uma “oportunidade ganha” para adquirir as “expertises” que possui hoje e que usa nos trabalhos atuais.

“A comunicação tem um poder muito grande de comunicar um setor num todo, de fazer mudanças e de projetá-lo. Por isso escolhi esse percurso, que me fez dar os passos necessários para chegar até aqui e criar aquilo que hoje é meu “, explica.

Em 2017, durante uma formação de gestão de negócios fora do país, a empreendedora começou a projetar aquilo que hoje é a plataforma Come In Cabo Verde.

“Estando como a única cabo-verdiana entre portugueses, angolanos e brasileiros, senti que tinha como missão fazer um projeto que mostrasse quais eram as potencialidades e recursos de Cabo Verde, onde a meu ver, a nossa cultura era a principal , justamente por conta do percurso que tinha feito desde 2012, trabalhando no setor cultural”, conta.

Em 2020, estando de regresso a São Vicente, Cátia decidiu criar e registar a sua marca, que segundo a mesma, carrega o nome de Cabo Verde de forma “proposital” para promover o país, sendo esse o “objetivo máximo” do projeto.

Com a chegada da pandemia da covid-19 no arquipélago em 2020 e passando os períodos de “pico” da doença, durante um evento realizado com o objetivo de “pensar e reinventar” o turismo, a empreendedora viu a “urgência” de aplicar “na prática” o que tinha desenhado em 2017.

“A pandemia, para mim, foi uma oportunidade. Com ela as estruturas e instituições nacionais perceberam que era importante ter uma visão mais estratégica na promoção do país e do turismo de forma segmentada. Então, decidi participar do “Reinventá Turismo”, apresentei o meu projeto e fiquei em segundo lugar”, relata.

Em 2021, Lush decidiu procurar financiamento e conseguiu criar a sua empresa e, consequentemente, lançar o projeto em outubro do mesmo ano.

“Agora estamos a trabalhar no desenvolvimento da plataforma, que decidimos lançar na versão “mobile” primeiro, porque a sua utilidade dá-se melhor como uma app e tê-la em mãos para ter acesso às informações em tempo real, caso a pessoa esteja durante um festival (por exemplo)”, declarou, sublinhando que a aplicação ainda se encontra em fase de teste e “disponível apenas para sistemas Android”.

Como explica a entrevistada, apesar de avançar primeiro com a aplicação móvel, o projeto tem também uma versão em website que “serve melhor aos criadores de conteúdos” que irão disponibilizar as suas informações na plataforma.

“Os nossos primeiros contactos com esses criadores de conteúdos têm sido aqui em São Vicente e variam entre promotores de eventos, artistas, cantores e outros fazedores de cultura e agentes de turismo. Sendo que no mês de fevereiro fizemos algumas divulgações no Carnaval, em que disponibilizamos todos os detalhes das festividades e dos grupos à medida que iam entrar e desfilar na avenida. No total obtivemos mais de 100 downloads”, relata.

Por além disso o “Come In” tem associado e criado parcerias em outros “grandes eventos”, segundo a sua promotora, nomeadamente o AME, Kavala Fresk, Mindel Summer Jazz, e também a outras promotoras de eventos fora de São Vicente como é o caso do grupo Trio Babel da ilha do Sal, durante as festividades de carnaval na ilha.

O lançamento oficial da app e do website aconteceu no dia 26 de setembro deste ano e conforme avança Cátia, serviu para mostrar que os promotores de cultura e turismo estão a envolver-se com o projeto, “uma vez que foi feito para servir ao próprio setor”.

“Agora sim podemos dizer que estamos prestes a avançar com o negócio e eu particularmente tenho-me dedicado inteiramente ao projeto nos últimos meses, pois vi que implicava uma maior dedicação. Por enquanto só eu opero internamente, mas conto com uma equipa de profissionais independentes que colaboram no desenvolvimento da plataforma,” enfatiza.

Enquanto isso, Cátia Lush tem trabalhado nos processos de operacionalizar o negócio, que segundo a empreendedora, tem sido suportado por uma outra empresa que a mesma possui e presta serviços de consultoria em comunicação que é a sua área de trabalho há 15 anos.

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