Dados do Censo e Mapeamento da Diáspora Cabo-verdiana passam a constar do censo nacional do INE

Durante a primeira sessão parlamentar em debate com o ministro das Comunidades, o governante avançou que o processo já se iniciou em todos os continentes que acolhem a comunidade cabo-verdiana e que conta com a parceria do Banco Mundial, da Organização Internacional das Migrações e da União Europeia.

Conforme reiterou, o projeto, que tem a duração de três anos, será realizado e executado integralmente pelo INE, que passa a publicar os dados demográficos oficiais de Cabo verde, incluindo a diáspora, como complemento do censo nacional.

“O conceito da nação global tem de ser consumado no censo e mapeamento da diáspora”, assinalou, adiantando que o Governo pretende ter dados concretos do registo e mapeamento dos cabo-verdianos nos países de acolhimento.

De acordo com Jorge Santos, a Europa conta com 500 mil cabo-verdianos de quatro gerações, a maioria, cerca de 360 mil, em Portugal, entretanto apenas 86 mil estão inscritos.

O mesmo acontece, revelou, com o continente americano que alberga uma estimativa de 800 mil cabo-verdianos, a maioria, ou seja, 720 mil residentes nos Estados Unidos, em segundo lugar no Brasil, seguidos da Argentina, Canadá, América Central e outros países da América do Sul.

Em Angola, no continente africano, estima-se a permanência de 20 mil cabo-verdianos de quatro gerações, seguido de São Tomé e Príncipe, Senegal com 62 mil cabo-verdianos e na quarta posição Guiné Bissau.

Sobre o plano estratégico para diáspora, o deputado do PAICV eleito pelo círculo eleitoral das Américas Alberto Alves questionou em que medida este plano, ora elaborado e apresentado pelo actual Governo, foi considerado no Orçamento de Estado para 2024.

O ministro das Comunidades respondeu que o orçamento para 2024 prevê investimentos em projectos chaves como censo e mapeamento da diáspora, sublinhando que o exercício de planeamento foi um ganho para as comunidades porque passou-se a ter um plano estratégico integrado no plano nacional de desenvolvimento nos sectores da educação, saúde e economia.

“Por isso, apresentamos um orçamento que foi aprovado aqui no parlamento com as despesas de funcionamento do ministério, mas também dos investimentos que temos projectos muito concretos, o censo de mapeamento da diáspora cabo-verdiana, o maior projecto do governo na matéria. Temos o portal da diáspora cabo-verdiana, está sendo trabalhado desde início de 2023 e vai entrar para 2024, assim como temos a institucionalização dos adidos da diáspora e culturais”, elencou.

Ainda referente aos projectos do plano estratégico da diáspora cabo-verdiana, Jorge Santos referiu a criação e promoção das Casas de Cabo Verde na perspectiva de “vivar a cultura e identidade” do País e promover uma maior aproximação com as comunidades no exterior.

“Hoje temos o museu de Cabo Verde em Pawtucket, que no fundo é o conceito da casa de cultura, temos também o centro cultural de Lisboa que hoje tem o papel importantíssimo na produção cultural e trabalhar com os artistas, temos também a casa de cultura que está em gestação, mas que já funciona em Roterdão”, referiu.

“Estive, recentemente, em Angola, em negociação com as autoridades angolanas, principalmente as regionais do distrito de Luanda, onde neste momento estamos no processo de aquisição do espaço que seja digno para Casas de Cabo Verde. Assim como em São Tomé existe um espaço que está a ser trabalhado”, acrescentou, concluindo que o propósito é criar uma rede de ligação entre o Estado e as instituições culturais.

Inforpress

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