CPLP considera que Guiné-Bissau gera “preocupação” mas democracia “tem instrumentos para resolver” – Portugal Digital
O Presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Carlos Vila Novo, presidente de São Tomé e Príncipe, considerou hoje (14) que a situação na Guiné-Bissau “levanta alguma preocupação”, mas realçou que o país é uma democracia, pelo que “tem instrumentos para resolver os seus problemas”.
Portugal Digital com Lusa
“Isto é um momento, de facto, que levanta alguma preocupação, mas a democracia tem instrumentos para resolver esses problemas”, afirmou Carlos Vila Nova, chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, país que assumiu a liderança rotativa da CPLP em agosto último, após a sua primeira visita à sede da CPLP, em Lisboa.
Vila Nova deixou, “não um conselho”, como fez questão de sublinhar, mas sim “um apelo às autoridades, aos representantes dos órgãos [de Estado guineenses] para que se concertem e conversem”, porque, desse modo, defendeu, “encontrarão a melhor solução para a Guiné e para o seu povo”.
“A Guiné-Bissau também é uma democracia” e, “em democracia, há instrumentos próprios que nos ajudam a ultrapassar as diferenças, eu nem lhe chamo de conflito”, acrescentou, salientando que o momento “é de colaborar” e admitindo a possibilidade da ida de uma delegação da CPLP ao país “para ajudar”.
Vila Nova afirmou que a sua visita à sede da CPLP visou “reiterar o compromisso de São Tomé e Príncipe para com a organização” e procurar contributos para que esta “cresça e se sinta mais valorizada em cada dia”.
“Tudo faremos para que haja mais diálogo, para que as pessoas possam trazer os seus problemas, encontrar eco, encontrar partilha e vivenciar esses mesmos problemas do próximo como se fosse o nosso próprio problema”, porque “só com um espírito aberto, e com humildade quanto baste” se pode de facto encarar os pequenos problemas”, que ninguém sabe quando podem surgir, afirmou.
Carlos Vila Nova referiu que os países podem até ter “uma estratégia definida”, mas o tempo dos seus lideres “é mais ocupado por problemas ou situações imprevistas”, pelo que devem estar preparados para eles, salientando a importância de um espírito “aberto para conversar”.
“Só conversando é que nós encontramos todos os instrumentos previsto em democracia para resolver os problemas que se nos colocam no dia a dia”, concluiu, numa referência indireta à Guiné-Bissau.
Quanto aos desafios da CPLP, colocou como prioridade para o futuro a “melhoria das vidas de cada um” dos que vivem nos nove países que integram a organização e sublinhou que a juventude, tema da presidência são-tomense, é a maior franja da população deste espaço, a qual merece ver assegurado um desenvolvimento sustentado.
O Presidente em exercício da CPLP visitou hoje, pela primeira vez, desde que assumiu aquele cargo, a sede da organização em Lisboa, onde foi recebido em sessão solene pelo secretário executivo, Zacarias da Costa, e pelos representantes permanentes dos Estados-Membros junto da organização.
São Tomé e Príncipe assumiu a Presidência pro tempore da CPLP na XIV Conferência de Chefes de Estado e de Governo, em agosto de 2023.
Nesta cimeira ficou também decidido que a Guiné-Bissau seria o próximo país a assumir a presidência da CPLP.
Nos últimos dias, elementos das Forças Armadas e da Guarda Nacional envolveram-se em combates em Bissau, ação que o Presidente guineense considerou tratar-se de tentativa de golpe de Estado.
Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento e demitiu o Governo, tendo, na passada terça-feira, reconduzido Geraldo Martins no cargo de primeiro-ministro de um novo executivo, ainda por formar, mas da sua iniciativa.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
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