Casa da Música em revolução: Portugal é quem mais ordena na temporada de 2024

A oferta cultural da Casa da Música (CdM) terá Portugal como país-tema em 2024, servindo como fio condutor para a próxima temporada. O objetivo é “celebrar os 50 anos do 25 de Abril”, explicou esta quarta-feira António Jorge Pacheco, diretor artístico da CdM, durante a apresentação da nova programação, na qual se destaca o conceituado acordeonista João Barradas. Concertos dos portuenses Táxi, no dia 13 de março, e do “ornato” Manel Cruz, a 28 de fevereiro, também vão agitar a emblemática sala de espetáculos da Invicta.

Portugal sucede assim à Alemanha como país-tema em torno do qual gravita a temporada do próximo ano da Casa da Música. “Primeiro era preciso abrirmo-nos ao mundo e criarmos redes internacionais. Agora estamos preparados para fazer esta homenagem muito seletiva à música e aos músicos portugueses”, referiu António Jorge Pacheco, para quem os “motores” da programação continuam a ser os cinco agrupamentos residentes: Orquestra Sinfónica do Porto, Orquestra Barroca, Remix Ensemble, Coro Casa da Música e Coro Infantil.

Para celebrar o nosso país, a programação está assente no seguinte “tripé conceptual”: repertório português (com uma “seleção desde o renascimento até aos nossos dias”), intérpretes nacionais e compositores estrangeiros que tiveram um “impacto muito marcante” na música portuguesa – Domenico Scarlatti, David Perez, Maurice Ravel, Pascal Dusapin e Magnus Lindberg são alguns desses exemplos.

O próximo ano terá o pianista Vasco Mendonça como compositor em residência, enquanto o artista residente será o acordeonista João Barradas, um “artista extremamente versátil” e “um dos grandes intérpretes a nível internacional”, realçou António Jorge Pacheco. A jovem compositora em residência na Casa da Música, revelou ainda o diretor artístico, será Sara Ross.

A 14 de janeiro, pelas 18 horas, Paul Hillier, um dos maiores especialistas mundiais em música vocal, regressa à Casa da Música – onde foi maestro titular durante uma década – para subir ao palco da Sala Suggia e dirigir o Coro Casa da Música.

O já tradicional ciclo Invicta.Música.Filmes regressa em fevereiro, no dia 20, às 19h30, com o cine-concerto que dá música do Remix Ensemble ao filme “O Táxi 9297” (1927), do realizador e jornalista Reinaldo Ferreira, mais conhecido pelo pseudónimo Repórter X.

Março traz os também habituais Concertos de Páscoa e, às 21h30 do dia 22, na Sala Suggia, Stefan Blunier dirige a Orquestra Sinfónica do Porto, à qual se juntam em palco Sara Braga Simões (soprano) e André Ribeiro (barítono), para interpretar “Um Requiem Alemão”, de Brahms, e “Um Sobrevivente de Varsóvia”, de Schoenberg.

Em abril, entre os dias 19 e 26, realiza-se o festival Música & Revolução, onde é estreada a encomenda da Casa da Música a Daniel Moreira – uma obra inspirada em poemas de Sophia de Mello Breyner – e é também apresentada uma nova composição de Vasco Mendonça a partir de poesia norte-americana de intervenção.

No dia 11 de maio, pelas 21h, Marta Pereira da Costa sobe ao palco da Sala Suggia com a sua guitarra portuguesa para um concerto de apresentação do novo álbum “Sem Palavras”. Nesse mesmo mês, Grigory Sokolov, um dos maiores pianistas do nosso tempo, regressa no dia 20 à Casa da Música para brindar o público com um recital de Bach.

Setembro oferece um Convite à Dança, um novo ciclo que irá decorrer entre 14 e 29 de setembro, abrilhantado com “bailados célebres e revolucionários” de Stravinsky, pela Orquestra Sinfónica, e com “Danças Barrocas”, nas quais Laurence Cummings dirige a Orquestra Barroca.

Um encontro com “Mahler no Paraíso”, a cargo da Orquestra Sinfónica e com direção musical de Nuno Coelho, está agendado para 25 de outubro. Em novembro, entre os dias 8 e 17, a Casa da Música gira “À Volta do Barroco”, um ciclo com quatro concertos.

Quase a fechar o ano, no dia 20, há ainda o Concerto de Natal, onde Delyana Lazarova vai estar a dirigir a Orquestra Sinfónica.

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