No âmbito do Dia Internacional da Mulher, a Biblioteca Maria Lamas no Monte da Caparica, acolhe no dia 9 de Março às 17h30, o grupo de Batucadeiras Show d´África da Ad Sumus, que com as suas histórias e o som dos “batuques”, preserva e exprime a identidade do seu povo. A entrada é livre.
A Ad Sumus, Associação de Imigrantes de Almada, é uma associação sem fins lucrativos fundada em 2014. Foi reconhecida como Associação de Imigrantes em 2018 pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM). É composta por pessoas singulares, que têm como foco o princípio da solidariedade, com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O objetivo principal da Associação é promover os direitos e deveres dos imigrantes e seus descendentes, bem como a sua plena integração na sociedade portuguesa. Enfatiza a valorização e igualdade de oportunidades, o estreitamento das relações com a sociedade de acolhimento, a participação cívica, a prevenção de situações de risco de pobreza e exclusão social e, a melhoria das suas condições de vida.
A Ad Sumus dirige-se principalmente aos cidadãos de países terceiros e desenvolve iniciativas de natureza social e cultural, adaptadas às especificidades sociais e individuais, no seu processo de integração na sociedade de acolhimento.
História do batuque
A expressão musical-coreográfica Batuque existe na ilha de Santiago, com características padrão, desde o século XVIII, sendo provavelmente o género musical mais antigo de Cabo Verde. Antigamente, o batuque revestia-se de um significado social. Era desempenhado em dias santos, em certas ocasiões cerimoniais, em festas, antes e durante os casamentos. Actualmente o batuque perdeu o seu significado original. Foi transformado num espectáculo de palco e, é desempenhado em actos oficiais, em festas ou é utilizado como um exemplo do folclore de Cabo Verde.
O batuque cabo-verdiano nasceu no tempo da escravatura no arquipélago, quando os escravos, mas sobretudo as mulheres, se juntavam ao fim de um dia de trabalho para falar da sua vida. A estas palavras, em forma de canto, juntaram-se sons de forte cadência, primeiro com palmas e mais tarde com panos forrados de plástico (tambor).
A resistência faz parte da história do batuque (“batuku”, em crioulo), resistência à seca, à fome, à escassez que desde sempre assolaram Cabo Verde, mas também de gratidão à chuva, aos campos cultivados, à comida no prato. A estes temas contemporâneos, as mulheres batucadeiras têm acrescentado outras preocupações, como a violência de género ou doenças como a sida.
As batucadeiras de Cabo Verde cantaram e dançaram no videoclipe filmado em Portugal da música “Batuca”, do álbum “Madame X” da cantora norte-americana Madonna, o que contribuiu para uma enorme projecção deste género musical, que antes se espalhara pelo mundo à medida que a diáspora cabo-verdiana deixava o arquipélago em busca de uma vida melhor.
O Dia Nacional do Batuco, passou a ser comemorado a 31 de Julho desde 2021, com o objectivo de reconhecer a sua importância enquanto Patrimônio Nacional, além de louvar as intérpretes e aqueles que ajudaram na criação do universo cultural diversificado que expressa no batuco, a alma cabo-verdiana.
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