Brasileira influencer de viagens refaz contato com família e explica que teve de mudar de rota após sofrer assédio, mas está bem | São Paulo

Brasileira influencer de viagens diz que está bem, mas sofreu assédio

“Passei por algumas situações complicadas nos últimos dias enquanto fazia o trecho da África Ocidental via terrestre. Passei pelo Senegal, Gâmbia, Guiné Bissau, Guiné, Serra Leoa e acabei de chegar na Libéria. Sofri assédio em uma das fronteiras e tive que mudar a rota para não ser seguida ou acontecer algo”, explica a influencer.

E completa: “O último vídeo que enviei pra minha família foi chorando após o assédio e, em seguida, fiquei sem contato. Assistam o vídeo e vou postando aos poucos tudo o que vivi e lugares que passei nos últimos dias” (veja vídeo abaixo).

Vídeo que influencer mandou para a família chorando

“Obrigada pelas mensagens, apoio e toda ajuda. Cada dia mais perto do fim e mais perto do novo ciclo! Ao me conectar, somente a minha família foi avisada, não acreditem em nada que não tenha sido compartilhado aqui. Não tenho equipe, quem me ajuda é a minha prima e assessora.”

A influencer de viagens nasceu no Carrão, na Zona Leste de São Paulo, e saiu em viagem no ano passado com o objetivo de visitar todos os países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). São 200 países no roteiro.

Brasileira relata situações que passou durante a rota, como a dificuldade de achar água — Foto: Reprodução/Instagram

“A Nataly teve contato com a família há 48 horas, e o contato que a viu a última vez já tem 24 horas. A Nataly está viajando via terrestre para economizar. Ela estava em Guiné rumo a Serra Leoa e, desde então, não sabemos mais nada”, tinha publicado a família nas redes sociais da paulistana neste domingo (29).

Confira, abaixo, vídeo de julho de 2022 sobre a viagem de Nataly pelo mundo:

Viagem contra o preconceito: Nataly quer ser a primeira negra brasileira a visitar todos os países do mundo

Nataly Castro teve de usar véu em países muçulmanos — Foto: Reprodução/Instagram

“O que me motivou a buscar novas oportunidades e me jogar no mundo foram episódios de bullying, algumas situações que eu sofri na escola em que eu estudava, como chacotas, pessoas me ameaçavam de pegar na saída, pessoas me empurravam, cuspiam em mim, tentavam me empurrar da escada, entre outras situações bem difíceis, como apelidos, piadas. As pessoas não aceitavam eu ser uma aluna negra, fazendo a diferença na escola e sendo contada pelas professoras e diretores.”

Por causa dessas agressões, Nataly enfrentou problemas psicológicos, até que um dia encontrou um propósito.

“Uma das noites eu estava na casa da minha avó, e eu estava bem cabisbaixa, até que eu decidi ir na sacada e olhei para o céu e vi um avião. Nesse exato momento eu imaginei para onde aquele avião estaria indo? Para onde essas pessoas estão indo, como será que é lá em cima? Imagina só eu entrar em um avião desse e me jogar no mundo?”

Viajando pelo mundo, Nataly descobriu que o racismo não é sobre lugares, mas sobre pessoas. Na Polônia, por exemplo, ela sofreu agressões no meio da rua.

“Eu fui andando e percebi que as pessoas atravessavam a rua para não ficar na mesma calçada que eu. As pessoas apontavam, me chamavam de black me chamavam de monkey, que é macaco, eu fui me sentindo muito desconfortável ao ponto de chorar, começar a chorar no meio da rua porque eu não estava acreditando naquela situação que eu estava vivendo”, relembra.

“Ser mulher viajante solo já é um desafio, porque a gente vai para lugares onde é a questão de segurança, assédio… E ser mulher viajante negra é um outro desafio também porque em muitos lugares as pessoas não estão acostumadas a ver uma pessoa negra frequentando um aeroporto, uma sala vip, restaurante ou ficando hospedada em um resort no hotel. O que acontece é que muito dos lugares que eu frequento eu vejo alguns olhares de curiosidade e outros olhares de racismo.”

Nataly Castro na Grécia — Foto: Reprodução/Instagram

Nataly Castro — Foto: Reprodução/Instagram

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