O “corte da fita” decorreu durante a tarde deste sábado, tendo contado com a presença do presidente da autarquia, Pedro Ferreira, da direção da Associação Humanitária, de colaboradores, familiares e da comunidade que quis ver o mais recente equipamento da corporação torrejana.
O presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos (AHBVT), Nuno Cruz, em declarações ao mediotejo.net, falou num projeto em falta “há alguns anos” e que veio transformar o anterior posto de rádio com equipamentos que já se encontravam desatualizados.
“Nós tínhamos um posto de rádio que, no fundo era só isso, um posto de rádio que estava muito desatualizado com alguns dos equipamentos que, efetivamente, já não estavam em condições de utilização na sua forma ótima. Havia outros que já nem sequer funcionavam e com a evolução dos tempos, a evolução dos processos, da própria programação, do próprio software, houve a necessidade de ir também atualizando os próprios equipamentos para poderem funcionar em pleno com as condições à medida que elas vão evoluindo”, explicou o responsável pela corporação.
Este era um dos projetos da direção que tomou posse no início de maio, embora não fosse pensado para uma execução no imediato, apesar da sua grande relevância para a corporação. No entanto, o apoio da autarquia torrejana “abriu portas” à sua concretização.
“Houve a possibilidade de criar aqui esta parceria na parte financeira, na construção, elaboração e finalização do projeto. Aproveitámos esse apoio e fizemo-lo mais cedo e ainda bem, porque assim teremos mais capacidade de resposta dentro da área operacional mais cedo”, afirmou.
A Câmara de Torres Novas atribuiu um apoio de 32 mil euros à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos, com o principal objetivo de “comparticipar os encargos com a aquisição de equipamento para a nova ‘Central de Comunicações e Operações’”.
ÁUDIO | Nuno Cruz, presidente da direção da AHBVT
Pedro Ferreira, autarca torrejano, descreveu a AHBVT como uma “base super importante”, justificando o apoio atribuído como uma aposta no reforço da segurança e que a CMTN procura realizar a diversos níveis, seja através do Gabinete da Proteção Civil ou da articulação direta com os Bombeiros, a Cruz Vermelha e as forças de segurança.
“A autarquia tem levado muito a peito e muito a sério reuniões regulares e apercebemo-nos, com a nova direção dos Bombeiros, que havia aqui qualquer coisa que não estava a correr bem em termos do posto de rádio”, afirmou.
“Melhor que nós, os Bombeiros sabiam o que queriam. Dentro do que queriam, precisavam de valores significativos e comecei a ver no que a Câmara podia ajudar. Senti que dentro do orçamento disponível para os Bombeiros, havia uma verba de cerca de 37 mil euros (…) E disse ‘se possível e se vocês têm pressa e têm dados, comecem já este ano. E conseguiram fazê-lo’”, acrescentou o edil.
ÁUDIO | Pedro Ferreira, presidente da CMTN

Considerando ter sido “um milagre” o projeto realizado em menos de três meses, Pedro Ferreira sublinha o sentimento de “orgulho” enquanto autarca, mas sobretudo para a região e para os próprios torrejanos.
“Os torrejanos, em especial, devem aplaudir e orgulhar-se e sentir-se mais seguros que é o principal. É ter aqui gente que sabe olhar para os ecrãs, não é só ter um posto de rádio, é televisivo, aponta para situações a vários níveis. Tem uma informação permanente e isso é sinal que estão prontos para arrancar a qualquer momento que seja preciso”.



O antigo Posto de Rádio da AHBVT foi agora transformado numa Central de Comunicações e Operações. Para além da questão das comunicações, o projeto agrega ainda a Sala de Crise que, em situações de incêndios e catástrofes, permite que em conjugação com outros elementos de comando, o Comando Regional e o coordenador da Proteção Civil, o planeamento e intervenção sejam feitos na proximidade das comunicações.
“Relativamente ao equipamento, há uma mudança muito substancial. Não se vêm rádios em cima das secretárias. Os rádios, computadores e tudo o que é equipamento físico estão dentro de um bastidor”, explicou o vice-presidente da direção, Gabriel Neves.
Dada a celeridade do projeto, há detalhes a nível eletrónico que ainda não estão afinados, bem como o atraso na chegada das próprias cadeiras para equipar a infraestrutura. “O detalhe das cadeiras é para perceber que nada foi deixado ao acaso e os operadores que estão aqui estão 12 horas seguidas. Se não houver condições de trabalho é difícil aguentar esse tempo”, sublinha.

“O operador sentado, sem se levantar, tem acesso aos rádios todos (…). Um detalhe importante, esta direção quando chegou, deparou-se com um espaço de 5000m2 que não tinha segurança nenhuma (…). Neste momento temos 45 câmaras no quartel, não há ângulos mortos e o operador sentado na cadeira controla o espaço todo”, afirmou Gabriel Neves.
A partir da Central, os operadores vão poder abrir e fechar os portões após a entrada e saída de viaturas, sendo que estas serão dotadas de um chip que, ao aproximarem-se das cancelas, estas abrirão automaticamente.
ÁUDIO | Gabriel Neves, vice-presidente da direção
Embora ainda não instalado, a porta desta recém inaugurada sala terá um sistema implementado que, após carregado no botão, a porta antes transparente tornar-se-á opaca para proteger eventuais operações a decorrer no seu interior. Ainda sem se levantar do respetivo lugar, o operador poderá realizar o controlo de semáforos e acionar as sirenes. “Este software incluiu tudo o que o operador tem de fazer”.




Os parques das viaturas serão também equipados com ecrãs gigantes que permitirão diminuir o tempo de resposta no socorro à população. “Se houver um incêndio, o operador envia a informação para aquele monitor e a equipa que está lá não tem de vir a correr saber onde é que é o incêndio. A informação já lá está, quer seja incêndio ou serviço de emergência na área da saúde”, afirmou o vice-presidente da direção associação.
Nuno Cruz, presidente da direção, destacou a celeridade de todo o processo, implementado em menos de três meses e que não foi possível inaugurar mais cedo devido aos atrasos na chegada de equipamentos.
“Houve um período de cerca de duas a três semanas em que o projeto esteve parado. Ele foi decidido em outubro, implementou-se em meados de outubro e gostaríamos que estivesse finalizado no final de novembro. Só foi possível finalizá-lo agora, mas pronto… para aquilo que é o hábito neste tipo projetos, desta envergadura, pode-se dizer que foi em tempo recorde”, sublinha o responsável.
Entre bombeiros profissionais e voluntários, o quadro da AHBVT conta atualmente com cerca de 100 profissionais. Embora este tenha sido importante apoio àquilo que é a atividade, o presidente da direção relembra algumas das dificuldades que se fazem sentir um pouco por todas as corporações do país.
“Os meios de viaturas e material são sobretudo aquilo que é a nossa grande dificuldade. Todas as viaturas são viaturas que fazem muitos quilómetros, que estão permanentemente a sair e a entrar e é um desgaste muito rápido. Gera um peso orçamental muito grande naquilo que é o orçamento geral de uma Associação”, afirmou.
“Cada vez mais há a necessidade (…) de substituir as viaturas por viaturas mais aptas, mais capazes, para desempenhar o serviço que estas desempenham. No fundo a grande lacuna neste momento é essa, a substituição de meios de viaturas”, conclui o presidente da direção da AHBVT.
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