O governo da Bolívia comunicou o Brasil nesta semana sobre a conclusão do processo para abertura do seu mercado para a exportação de ovos férteis de peru brasileiros.
Com isso, o Brasil vai encerrar o ano com 76 novos mercados abertos para produtos agropecuários em 38 países diferentes.
“O ano de 2023 foi excepcional para o agronegócio brasileiro, abrimos novos mercados para o agronegócio, recorde de mercados abertos e ainda tivemos muitas ampliações de mercados”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, em vídeo divulgado nesta quarta-feira (20/12).
Apesar do número recorde de aberturas de mercado, as exportações do agronegócio brasileiro continuam altamente concentradas, tanto em termos de produtos vendidos, com as tradicionais commodities, como soja, milho e carnes, quanto de destino, com a liderança da China como maior compradora dos produtos nacionais.
Mais cedo, em reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em tom de brincadeira, que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, precisa explicar aos representantes do setor agropecuário nacional que a China não tem obrigação de fazer negócios apenas com o Brasil.
“Eles (os chineses) também têm outros países que também precisam fazer negócios”, disse Lula na reunião. “Não é montar frigorífico e achar que os chineses vão comprar tudo”, completou.
Antes da reunião ministerial, no entanto, Fávaro e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, fizeram uma ligação ao vice-presidente chinês, Han Zheng, no intuito de fortalecer as relações bilaterais entre os dois países. O Brasil exporta quase US$ 100 bilhões para a China, principalmente produtos agropecuários.
“Estamos trabalhando a pedido do presidente Lula para fortalecemos cada vez mais a relação Brasil-China (…) Conversamos sobre a parte agrícola, proteína animal, proteína vegetal. Esteve no Brasil uma missão chinesa para verificação da questão da proteína animal”, disse Alckmin em vídeo publicado mais cedo.
Há duas semanas, Fávaro disse que havia pedido para o presidente Lula ligar para o presidente chinês, Xi Jinping, para “intervir” a favor da solicitação para habilitação de novos frigoríficos brasileiros para a exportação de carnes para o país asiático.
A fala gerou certa preocupação em assessores da Esplanada por se tratar de um tema “estritamente técnico”. A avaliação é que uma ação política poderia “soar estranho” nessa relação e respingar no governo a depender das plantas que venham ou não a ser autorizadas para vender proteína animal para a China.
A missão chinesa visitou 18 frigoríficos brasileiros, três já habilitados para reconfirmação do sistema sanitário e outros 15 que ainda não têm autorização para exportação, sendo 11 de carne bovina e quatro de carne de aves.
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