Bairro em que o ex-vereador Zico Bacana foi assassinado vive com confrontos entre facções | Rio de Janeiro
Publicado 08/08/2023 18:25
O Chapadão atualmente é dominado pelo CV e está localizado, além de Guadalupe, nos bairros de Anchieta, Costa Barros, Pavuna e Ricardo de Albuquerque. Traficantes da facção já entraram em confronto, em diversas ocasiões, com criminosos do TCP que dominam o Complexo da Pedreira, que abrange os bairros de Barros Filho, Coelho Neto, Parque Colúmbia, Costa Barros e Pavuna.
Segundo testemunhas, a jovem estava no baile no Morro do Pedreira (TCP), quando os bandidos do Chapadão (CV), teriam chegado na favela atirando. Taylane havia acabado de abrir uma barbearia na comunidade. Alexandre estava desempregado e moradores afirmam que o jovem não era envolvido com o crime.
Comunidades de Guadalupe
As principais comunidades que estão localizadas em Guadalupe são a Palmeirinha e o Muquiço, dominadas pelo CV e TCP, respectivamente. Tais comunidades já tiveram diferentes confrontos por controle territorial, já que ambas são vizinhas e de facções rivais.
Tráfico teria matado Zico Bacana
Familiares dos irmãos Jair e Jorge Tavares estiveram, na manhã desta terça-feira (8), no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para reconhecimento e liberação dos corpos. De acordo com Joyce Tavares, filha de Jorge e sobrinha do ex-vereador, a família e o tio sofriam ameaças “todos os dias”.
Em meio a muitas lágrimas, a familiar contou que seu tio se recusava a sair do bairro e o deixar entregue à criminalidade, mesmo correndo risco de vida e sob ameaças de criminosos.
“Eles foram mortos ontem covardemente numa padaria. Eles foram nascidos e criados ali [no bairro], se recusavam sair do bairro. Ele [Zico] falava: ‘Minha sobrinha, se eu sair daqui, Guadalupe acaba. Vai ter que todo mundo ir embora porque os bandidos querem tomar conta disso aqui. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar porque eu, como policial, ainda tenho voz’. Ele chamava a polícia porque a gente estava vivendo coagido. Eu tive que sair da minha casa, porque os bandidos foram na minha porta”, expôs.
A mulher ainda relatou que seu tio sofria ameaças diárias, com requintes de crueldade, dos traficantes da região e que, mesmo assim, não sentia medo de continuar no local.
“Meu tio sofria ameaça todo dia, a gente sofria ameaça, eles falavam que iam arrancar a cabeça do meu tio que iam matar, iam fazer acontecer e ele lutava em prol do bairro. Ele estava aí, tem nas redes sociais, lutando para ter esgoto, saneamento, ajudava a população. Podem ir lá em Guadalupe e perguntar aos moradores o que que ele fazia”, disse.
“Tenho certeza que foi o tráfico de drogas. Eles fizeram baile ontem, tocaram músicas altas, soltaram fogos. Eles comemoraram. Eles são lá de trás, do gogó [os traficantes que atuam na região], todo mundo sabe, só que tem medo. Agora como vão ficar meus parentes lá? Eu tenho os tios, tenho os primos, primas… Está todo mundo com medo, todo mundo silenciado”, comentou.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Questionada sobre as acusações da familiar, a Polícia Civil destacou apenas que os agentes da especializada realizam diligências para apurar a autoria e a motivação do crime.
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