Apesar dos desafios, estudantes de Medicina mostram-se satisfeitos com oportunidade de poder estudar em Cabo Verde
Atualmente a trabalhar como médico no Hospital Universitário Agostinho Neto conta em entrevista que desde o ensino básico sonhava em ser médico e não hesitou em realizar esse sonho.
“Ser médico é a única certeza que tinha na minha vida e que carrego desde criança, nunca pensei em desistir disso, pelo contrário, eu insisti bastante nesta luta.”
Foi no ensino secundário que passou a ter mais noção do que era preciso para entrar no curso de Medicina mas não mediu esforços para atingir esse objetivo. “Quando soube que para entrar em Medicina era preciso ter boas notas não me assustei nem criei barreiras, pelo contrário, estudei ainda mais para conseguir atingir a média exigida para entrar no curso dos meus sonhos.”
Para Edmilson a única coisa que o poderia impedir deste sonho era estudar fora de Cabo Verde visto que não possuía condições financeiras para fazer o curso no exterior. Foi quando começou o pânico e o desespero, descreve Edmilson Vaz.
Até que em 2015, o jovem soube que a Uni-CV abriu um curso de medicina. Para Edmilson isso foi um sonho realizado visto que não tinha condições para ir estudar fora e viu uma oportunidade de realizar o seu sonho na sua terra natal.
No ano seguinte, começou os seus estudos. “Fiz parte da segunda turma de Medicina, formada pela Universidade de Cabo Verde”, afirma com um sorriso.
Diz que entrar para o curso de Medicina foi um processo longo e bastante cansativo e explica que a nível de vagas das vinte cinco, 20 são para alunos de nacionalidade cabo-verdiana e as outras cinco são para os alunos provenientes de outros países da CPLP.
Relatou que no início ficou com muito receio de fazer o curso em Cabo Verde visto que se trata de um curso bastante exigente até que descobriu que as aulas eram idênticas às da Universidade de Coimbra, aquela que considera ser uma das maiores Universidades de Medicina de Portugal.
“As nossas aulas funcionavam como as da Universidade de Coimbra, os professores são os mesmo, os testes e os exames são realizados no mesmo dia e hora.”
Edmilson descreve as condições do curso na Universidade como excelentes.
“Nunca tivemos falta de nada nas aulas, o que a Universidade não tinha os professores de Coimbra traziam e as aulas decorriam normalmente, com sucesso até.”
Emilson conta que durante o curso houve alguns momentos difíceis em que alguns colegas acabaram por desistir. “Não é fácil, só consegue quem realmente quer.”
Afirma que o que fazia com que muitos desistissem era a alta carga horária, conta que as aulas eram bastante intensivas. “Por vezes, davam-nos matérias de um semestre inteiro e isso não nos ajudava muito pois ficávamos com muita matéria acumulada.”
Relata que o curso de medicina é bastante exigente e cansativo. “Para conseguir realizar este sonho é preciso bastante esforço porque não é fácil, nos dias em que os professores de Coimbra vinham a Cabo Verde ficávamos na Universidade até de noite.”
Estudante do 5.º ano de Medicina diz que não dá para comparar as Universidades
O curso de Medicina na Uni-CV está dividido em duas partes: até ao terceiro ano, inclusive, a parte teórica é lecionada em Cabo Verde. Já a partir do quarto ano os alunos partem para Portugal para concluir o curso na Universidade de Coimbra. É o caso de Willian Semedo, um jovem de 24 anos que está no 5.º ano do curso.
Crédito: Link de origem



Comentários estão fechados.