“Queremos acelerar a transição para as energias renováveis”, afirmou Costa. “Até 2030, iremos multiplicar mais de duas vezes e meia a capacidade instalada de renováveis. Oitenta e cinco por cento da produção de eletricidade terá origem em renováveis”.
Nas palavras do ainda chefe do Governo, “a experiência de Portugal testemunha que o combate às alterações climáticas é sobretudo uma oportunidade”, referindo-se ao investimento das energias renováveis como “uma garantia de estabilidade” face ao impacto que a guerra na Ucrânia teve na segurança energética da Europa.
Contudo, António Costa deixou claro que “o investimento em políticas sustentáveis tem um custo significativo e desproporcional nos países em desenvolvimento” e que, por isso, Portugal vai investir mais de 68 milhões de euros na Cooperação Internacional para o Clima.
“Em junho, assinámos com Cabo Verde, e ontem com São Tomé e Príncipe, compromissos inovadores para a conversão da dívida em financiamento climático”, anunciou, acrescentando que Portugal vai ainda contribuir com cinco milhões de euros para o novo fundo de “perdas e danos” sobre o clima.
O primeiro-ministro sublinhou ainda a importância dos oceanos no combate às alterações climáticas. Nessa área, e classificando como essencial na estratégia portuguesa o nexo clima-Oceano, António Costa lembrou que o país antecipou para 2026 a meta de classificar 30 por cento da área marinha e aprovou, na semana passada, a criação da área marinha protegida do Recife do Algarve.
A propósito da proteção ambiental, o chefe de Governo destacou que Portugal já alcançou o objetivo de garantir proteção legal a 30 por cento do território e reafirmou o empenho numa reforma da floresta que previna incêndios florestais.
“Não há Planeta B”
Defendeu ainda a necessidade de uma ação climática global mais rápida e ambiciosa para “inverter a trajetória que levará o planeta à rutura” e avisou que “não há humanidade B”.
“Inverter a trajetória que levará o nosso planeta à rutura exige uma ação mais rápida, mais concreta e mais ambiciosa, como nos pede o Secretário-Geral das Nações Unidas”, afirmou António Costa.
Já em tom de conclusão e lembrando que “não há Planeta B”, o governante português frisou que “o planeta já existia antes da humanidade e, provavelmente, sobreviverá” sem ela.
“O que sabemos é que a humanidade não sobreviverá a si própria e que não há humanidade B. É mesmo por nós, por aqueles que nos sucederão, pelos nossos filhos, os nossos netos, os netos dos nossos netos, que nós temos de agir já e hoje”.
E por isso, reforçou, “Portugal permanecerá um parceiro empenhado nesta transição”.
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