Plataforma interativa mostra áreas inundadas, pontos de abrigo e previsões para cheia no RS | Tecnologia

Mapa interativo mostra locais de abrigo e doações em Porto Alegre — Foto: Reprodução/UFRGS

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) lançaram na sexta-feira (10) uma plataforma para auxiliar sociedade civil e autoridades durante a maior tragédia climática do estado. A iniciativa reúne dados sobre impactos nas cidades mais atingidas, fornece previsão de inundações e disponibiliza um mapa com locais de enchentes e pontos de ajuda para a população.

Um mapa interativo mostra toda a mancha de inundação da Região Hidrográfica do Guaíba e identifica, por geolocalização, os locais, em dez municípios, onde há unidades de saúde; centros de doações; abrigos para pessoas e para animais; e cozinhas solidárias (acesse aqui).

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Além de pesquisadores da UFRGS, o projeto conta com voluntários que coletam e atualizam as informações, incluindo checagem in loco sobre a situação de abrigos e outros pontos de ajuda. Mais de 50 pessoas trabalham na consolidação dos dados.

“A atualização sobre os abrigos, por exemplo, é feita por dezenas de pessoas que checam os pontos e adicionam ao mapa constantemente. É uma frente emergencial para ajudar com informações de fontes confiáveis”, explica o hidrólogo Iporã Possantti, doutorando do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, e um dos criadores da iniciativa.

A plataforma também traz informações sobre previsão de cheia no Rio Guaíba – que chegou, neste sábado, ao menor patamar em oito dias. Os pesquisadores alertam que os níveis de água podem voltar a subir acima de 5 metros caso as chuvas e o vento forte continuem nos próximos dias.

Mapa mostra nível de profundidade das águas na Grande Porto Alegre — Foto: Reprodução/UFRGS

Em outras frentes, a plataforma traz uma série de mapas interativos com foco em auxiliar a Defesa Civil, bombeiros e autoridades públicas durante o desastre. Os dados incluem acesso a mapas com simulações da inundação, áreas propensas a deslizamentos e locais que ainda poderão ser severamente afetados pelas enchentes.

A disponiblização dos dados na plataforma é organizada por Iporã Possantti, do IPH/UFRGS, e pelo engenheiro ambiental José Müller, doutorando do Instituto de Geociências da UFRGS. Os dois têm trabalhado há pelo menos dez dias para tornar a plataforma possível, com um grupo multidisciplinar que inclui arquitetos, engenheiros, hidrólogos, entre outros especialistas.

“O que a gente tinha no início era uma grande lista de links (com informações). O que conseguimos fazer agora é organizar tudo em uma plataforma”, diz Müller.

Projeção da população afetada por cidade

Com imagens de satélites, do Google Earth e dados populacionais dos locais atingidos, a plataforma também apresenta um balanço das cidades que foram mais afetadas pela tragédia.

Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, é aquela que teve a maior parte da população atingida pelas inundações. Segundo a iniciativa, oito em dez pessoas foram impactadas. Na sequência, aparecem os municípios de Estrela (com 46% da população atingida) e Canoas (com 44%). A estimativa leva em consideração observação de satélite feita na última segunda-feira.

Os pesquisadores consideram pessoas afetadas aquelas que tiveram seus domilícios diretamente inundados pela água, sejam casas ou edifícios.

Projeção de pessoas atingidas em cada cidade — Foto: Banco de dados da inundação na região hidrográfica do Lago Guaíba em Maio de 2024

“Essas informações são importantes para chamar a atenção para o tamanho do estrago. Os dados estão aí para serem analisados, e também para ajudar a dimensionar os recursos financeiros que serão necessários no pós-desastre”, afirma o hidrólogo Iporã Possantti.

Na avaliação sobre os municípios com maiores números de população atingida diretamente pelas enchentes aparecem: Canoas (154 mil); Porto Alegre (151 mil); São Leopoldo (84 mil); e Eldorado do Sul (32 mil).

Projeção com percentual de afetados em cada cidade — Foto: Banco de dados da inundação na região hidrográfica do Lago Guaíba em Maio de 2024

Os pesquisadores, nos cálculos, consideraram dados do censo do IBGE de 2022, informações do MapBiomas para estimativa de áreas urbanas afetadas, e dados do Google para estimar o número de edifícios afetados e área construída afetada. Na Grande Porto Alegre, a estimativa é de são 242 mil domicílios atingidos.

Segundo boletim da Defesa Civil, o estado tem, ao todo, 2 milhões de atingidos pelas chuvas em 445 cidades. O número de mortos subiu neste sábado para 136.

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