Portugal vai receber o primeiro Festival de Mulheres — mas é para todos os géneros – NiT

Portugal vai receber o primeiro Festival de Mulheres — mas é para todos os géneros

O evento acontece de 31 de maio a 2 de junho. Inclui workshops, debates, narração de histórias e caminhadas.

Desde 8 de março de 1975 que o Dia Internacional da Mulher representa uma oportunidade para celebrar as infindáveis lutas feministas que ocorreram ao longo de vários anos. A data é marcada por diversas ações de valorização das mulheres em vários países — e Portugal não é exceção.

Além das várias iniciativas marcadas para a próxima sexta-feira, vem aí a primeira edição do Festival de Mulheres, um evento que se vai realizar de 31 de maio a 2 de junho em Águeda, no distrito de Aveiro. O projeto nasceu do sonho de um grupo de mulheres (Rita Castro, Sara Duarte Silva e Cátia Silva) que “querem fazer a diferença” e gritar bem alto palavras como liberdade, igualdade, irmandade e comunidade.

Tudo começou com inspiração num festival espanhol de criação feminino, o Elleas Crean, que acontece em Madrid há 20 anos e reúne figuras femininas de diversas áreas. “Gostávamos muito de ter ido, mas nunca fomos. Decidimos avançar com a ideia numa ida aos Açores, quando nos encontrámos as três pela primeira vez”, explicam. A partir daí, lançaram o desafio do evento a vários outras figuras do sexo feminino — e tudo seguiu em frente.

“Acreditamos num mundo em que as mulheres são companheiras, irmãs, amigas e que fomentam essas conexões a partir de um lugar de sabedoria e conhecimento que lhes traz consciência do seu papel na sua família, na sociedade e, principalmente, enquanto mulher empoderada”, começa por contar Cátia Silva, co-organizadora do evento. 

O festival surge com o propósito de partilhar conhecimentos, experiências e histórias inspiradoras. Ao longo dos três dias, haverá debates, workshops, música, narração de histórias, contacto com a natureza, ioga, caminhadas e danças. 

A programação trará temas a debate como “Maternidade: Partos e Amamentação”, com as doulas Andrea Guerreiro e a terapeuta transpessoal Vânia Duarte, “Saúde da Mulher”, com Patrícia Costa e Ana Isa Rocha, “Parentalidade Consciente”, com Isis Antunes e Ana Higuera, e “Alimentação Consciente”, com Daniela Ricardo.

O tema sobre empreendedorismo também será debatido, bem como igualdade de género, feminino, sexualidade sagrada e a mulher trans. Um dos grandes destaques do programa é mesmo a apresentação de “Avós Contadeiras de Histórias”. Como o próprio nome releva, as avós vão deslocar-se até Águeda para contar histórias sobre como eram as mulheres dos seus tempos de juventude.

Os visitantes poderão ainda participar numa caminhada meditativa, fazer ioga, assistir a um concerto ao luar, dançar ao pôr do sol, participar em workshops ou assistir a filmes sobre as mulheres portuguesas dos anos 40.

“A nossa programação foi elaborada com o pressuposto desde o nascimento até à morte, reverenciado a ciclicidade da mulher e pensada nos efeitos multiplicados. Por isso, convidamos várias mulheres que trabalham com outras mulheres de todo o País, para que nos pudessem trazer todas as suas experiências e sabedoria para este festival”, destaca Cátia Silva.

Apesar de ser um festival feito por mulheres, é aberto a todos. Os bilhetes já estão disponíveis online e custam 251€, para os três dias (125€ para crianças dos três aos 10 anos). O valor inclui espaço para acampamento e acesso a todos os eventos. O bilhete de fim de semana fica a 175€.