O Coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15) disse no princípio da tarde de esta segunda-feira (26.04) que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló afirmara perante a Comunidade Islâmica guineense que, ele (Braima Camará) foi o principal mentor do caso 1 de Fevereiro de 2022, que o regime qualifica de golpe de Estado.
Braima Camará qualificou as afirmações do Presidente da República de “uma estratégia para o silenciar e o eliminar fisicamente” e avisou que, “se um dia morrer” que “deve-se a questões políticas”. Camará revelou ainda que, Umaro Sissoco Embaló lançou um sério aviso contra o Coordenador MADEM G-15 quando, a título de exemplo, terá supostamente lembrado aos representantes da Comunidade Islâmica que, quem desafia um Presidente da República acaba morto tal como Koumba Yalá, ex-PR da Guiné-Bissau e o ex-CEMGFA, Ansumane Mané em 2000.
À saída de um encontro com o ministro do Interior, Braima Camará acompanhado pelos responsáveis das organizações sociopolíticas do partido, disse à imprensa que o encontro tinha como objectivo denunciar a perseguição que os militantes e dirigentes do seu partido têm sido alvo, nomeadamente o deputado Bamba Banjai e o activista e militante Queba Sané (vulgo, R Kelly). Segundo o Coordenador do MADEM-G15 estas duas figuras estão a ser perseguidas pelo Ministério do Interior, através do Secretário de Estado da Ordem Pública, por estarem em litígio com outro dirigente do MADEM-G15, Sandji Fati que defende as posições do Presidente da República.
“Bamba Banjai é um responsável de uma das estruturas do nosso partido. Fez um acto político em reacção as calúnias e difamações que outro dirigente do MADEM proferiu e está a ser perseguido. O R Kelly esteve num pequeno comício no Sábado e logo na noite, homens armados foram à sua procura. Acho que isto não é democrático e não pode continuar a acontecer. Havendo restrições de acções políticas, deve ser para todos. Mas, uns não podem fazer e outros são impedidos”, denunciou Braima Camará que adiantou que o ministro lhe respondeu não ter conhecimento de qualquer um dessas intenções para deter os militantes do MADEM, mas terá garantido que vai accionar os mecanismos necessários de segurança.
Sobre a sua deslocação ao Ministério do Interior, Braima Camará destacou que: “Estamos aqui para apresentar o nosso protesto, o nosso inconformismo formal junto do ministro. O que estamos a fazer aqui é exercer apenas aquilo que a Constituição nos confere enquanto actores políticos, cumprindo normas e princípios estatutários. Neste momento estamos a assistir uma onda de perseguições, ameaças e intimidações aos nossos militantes, vindas do Ministério do Interior. E como ele (Botché Candé) é o titular da instituição e o seu responsável político, achamos pertinente informá-lo”.
Num momento em que o MADEM-G15 vive uma das piores crises da sua história, Braima Camará aproveitou para lançar esclarecer alguns pontos devido a “certas” movimentações internas, e lembrou ser ele o órgão do partido com competência para falar em nome do partido.
Disse não ter dúvidas que a democracia e a liberdade de expressão estão a ser postas em causas, pelo que apareceram para que o homem guineense seja livre e respeitador das regras. “Neste momento há desigualdade de critérios; neste momento há filhos e enteados. Há uma perseguição aos nossos militantes Bamba Banjai. Depois de reagir às acusações de um político no círculo 28”.
Tacitamente Braima Camará ignorou José Carlos Macedo, militante do MADEM e Secretário de Estado da Ordem Pública responsável pela segurança, por estarem em litígio, por esse motivo decidiram deslocar-se juntos ao ministério.
Antes de denunciar as ameaças e intimidações do chefe de Estado, Braima Camará garantiu que vai permanecer no país e nunca virará costas ao povo. O coordenador do MADEM-G15 disse também que tem sido vítima de graves acusações, mas que a do Presidente da República proferida a 25 de Fevereiro foi a mais grave.
Umaro Sissoco Embaló terá dito aos fiéis muçulmanos que Braima Camará está a ser perseguido, por estar a desafiar o Presidente da República. “Ele disse que o Braima Camará é autor número 1 do golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022. Ao levantarem essa questão é porque tem uma estratégia de eliminação física. Tudo isso é falso. Fiz a campanha aqui e todos assistiram. Por isso, se um dia encontrarem o meu cadáver no meu quarto, saibam que foi por questões políticas”, denunciou o Coordenador do MADEM-G15.
Camará negou também qualquer envolvimento com os militares ou polícias, e é sempre no âmbito de boas relações com todos com quem fala. “Nunca fui a um quartel”, sublinhou Braima Camará.
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