Mobilidade vai pressionar empresas em Cabo Verde a pagar melhor – ministro

“A partir do momento em que um empregador sabe que há mão de obra qualificada em Cabo Verde, e em qualquer parte do mundo, ele está obrigado a remunerá-lo bem, porque, se não o fizer, ele vai perder essa mão-de-obra”, alertou o também ministro das Finanças.

A reação do número dois do Governo cabo-verdiano surge dois dias depois de o presidente da Câmara de Turismo do país, Jorge Spencer Lima, ter afirmado, em entrevista à Lusa, que a capacidade de formação do arquipélago não cobre as necessidades do setor da hotelaria e turismo, porque muitos dos formandos emigram, atraídos por Portugal e outros países.

Olavo Correia falava à imprensa, na cidade da Praia, à margem de uma cerimónia para concluir um projeto internacional de mobilidade na formação profissional entre África e Europa, que decorreu nos últimos quatro anos, com financiamento da Comissão Europeia.

Apesar de dizer que gostaria de reter os melhores quadros no país, Olavo Correia lembrou que Cabo Verde é uma “Nação grande é na sua relação com o mundo e com a sua diáspora”.

“Portanto, não podemos ter medo do mundo, temos é de nos preparar para esse mundo que é cada vez mais global, mais interligado, mais interconectado, e preparar os jovens cabo-verdianos para que sejam jovens do mundo e no mundo”, declarou.

Olavo Correia afirmou que cabe ao Governo melhorar o clima de negócios e de investimentos e “dar todo o suporte” para que o setor privado seja forte, sustentável, que crie riqueza e que “remunere bem” os seus colaboradores.

Na entrevista à Lusa, Jorge Spencer Lima defendeu que “as autoridades têm de criar condições” para que as empresas possam mexer em custos, como os salários, baixando os custos de eletricidade e água, entre outros.

Para o vice-primeiro-ministro, o problema não está na redução dos custos e nem de taxas, mas sim na governação e na gestão das empresas e no ambiente de negócios no país.

Portugal mais que quadruplicou a emissão de vistos a cabo-verdianos para fins laborais em 2023, ultrapassando os seis mil, em parte graças à criação (em 2022) do visto para procura de trabalho, com o objetivo de agilizar e simplificar a mobilidade de trabalhadores migrantes, bem como dar resposta à escassez de mão-de-obra.

Lusa

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