Conferência Episcopal de Moçambique recusa bênção a casais homosexuais

Os Bispos de Moçambique decidiram que “não se dê, no país, bênção a uniões irregulares e uniões do mesmo sexo“. A Conferência Episcopal moçambicana publicou esta decisão, numa Nota Pastoral, a 28 de Dezembro, dez dias depois de o Vaticano ter oficialmente autorizado a bênção destes casais “irregulares” e homosexuais, num documento assinado pelo Supremo Pontífice, o papa Francisco.

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A decisão de várias Igrejas em Africa que optaram por não segiur a linha recomendada pelo Supremo Pontífice, recusando a bênção a casais “irregulares” ou homosexuais, não deveria ser interpretada, porém, como uma forma de insubordinação à hierarquia católica, segundo o Frei Pietro Tosato. 

Administrador Apostólico da Diocese de Quelimane, Frei Pietro Tosato entende a questão de outra forma: a decisão do Vaticano, aprovada e assinada pelo Papa, serve como uma “recomendação“. 

De facto, o documento emitido pelo escritório doutrinário do Vaticano estipula que a “doutrina sobre o casamento” não mudou e benção não significa a aprovação da união. A Igreja Católica continua a desaprovar os casamentos de casais do mesmo sexo e tais bênçãos não serão uma forma para “legitimar situações irregulares”, mas sim um sinal de que “Deus a todos acolhe”.

Frei Pietro Tosato chama a atenção para as más interpretações deste documento, relembrando que, apesar de poder haver bênção, “não deve haver nenhuma forma litúrgica que possa dar a entender que a Igreja reconhece aquelas uniões“.   

O Frei Pietro Tosato reconhece ser “tabú” falar em casais homosexuais: “Aqui, não é admissível. No imaginário da povo, que a Igreja admita que estes casais existam, é algo que não pode ser“. O clérigo reconhece, no entanto, a necessidade de não excluir ninguém. Atitude que sempre existiu na comunidade católica de Quelimane, garante. 

Segundo Frei Pietro Tosato, a questão mais premente em Moçambique relaciona-se com a poligamia, “muito mais presente” do que a homosexualidade, como avança. Juntando ao conceito a experiência pessoal, Frei Pietro Tosato garante que em 25 anos de vida em Moçambique, nunca encontrou um casal homosexual.    

Uma carta escrita pelo Arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC), o Cardeal Fridolin Ambongo, presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e de Madagáscar, que reúne todo o alto clero do continente, mostrou o alto nível de desacordo no continente africano. 

No Malawi, nos Camarões, na Costa do Marfim, na Zâmbia ou ainda no Togo, as conferências episcopais assinaram declarações conjuntas apelando a recusar a prática. 

Noutros lugares do mundo, como nos Estados Unidos, na Polónia, na Hungria ou no Uruguai, os bispos manifestaram igualmente o seu desacordo.   

No continente africano, a homosexualidade é proíbida em 32 países.

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