Tão indecifrável é o que vai acontecer com Douglas Costa vestindo a casaca do Fluminense que um possível desfecho parece oscilar, sem nuances, entre duas possibilidades extremas: um reforço bombástico ou um equívoco retumbante. Porque aí se misturam duas impressões muito fortes. Primeiro, a mais recente, que traz o rebaixamento do Grêmio em um ambiente no qual o jogador se tornou protagonista — e não da forma que se esperava.
Mas há outra impressão, de poucos anos atrás, que torna impossível não se encher de expectativas. E ela se refere ao jogador que varria os principais gramados europeus como um cometa a ponto de ser convocado para a Copa do Mundo de 2018 — e convocado não para compor banco ou ser o responsável pela câmera, mas como solução para os momentos mais críticos, com sua presença no time titular inclusive sendo justamente reivindicada por muita gente.
Aquela derrota para a Bélgica parece ter deixado um legado depressivo em muitos dos envolvidos, e para Douglas Costa isso se revelou apenas depois da chegada ao Grêmio. Quando o clube gaúcho o contratou, a justa impressão era de um acréscimo de cátedra superior que dez anos depois retornava ao clube que o revelou, pronto para viver jornadas movidas por louco amor e arrancadas alucinantes.
É verdade que até hoje ninguém sabe ao certo como aquele time gremista conseguiu ser rebaixado, e a impressão é que se salvaria caso o campeonato tivesse uma ou duas rodadas a mais. Mais do que a queda em si, o que estremeceu a relação da torcida gremista com Douglas Costa foram as constantes ausências em momentos cabais daquela dolorosa temporada e o aparente desinteresse, coroados pela reação no último jogo, quando, mesmo com o time praticamente rebaixado, ele correu para a arquibancada para mostrar o número da camisa após marcar um gol nada adiantou contra o Atlético-MG.
Todas estas são questões que envolveram o desencontro de afetos em um momento caótico para os gremistas. A qualidade intrínseca do jogador que chega ao Fluminense, no entanto, é indiscutível. Com salário menor do que recebia no Grêmio, estima-se que a metade, e mais um contrato com algumas cláusulas de produtividade, é difícil não considerar um bom negócio — ou pelo menos uma aposta com imenso potencial de retorno. Sob o comando de Fernando Diniz e sua máquina de tocar a pelota, Douglas Costa tem tudo para encontrar seus dias de glória.
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