COB vai pagar por preparação e para ter gestora do skate até Paris: “Blindar os atletas” | skate

Depois que a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) deixou de ser reconhecida pela World Skate, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) prometeu uma força-tarefa para não comprometer as atividades dos atletas. Em entrevista exclusiva ao ge, Ney Wilson, diretor de Esportes de Alto Rendimento do COB, detalhou os planos em ano de Olimpíadas. Disse que R$ 44,6 milhões do Programa de Preparação Olímpica (PPO) serão destinados aos skatistas e revelou que a entidade terá uma gestora exclusivamente dedicada à modalidade.

Rayssa Leal em ação no Pan de Santiago, em 2023 — Foto: Buda Mendes / Getty Images

– Nossa preocupação é com os atletas. Não temos nada a ver com a briga entre CBSk e federação internacional. Nosso papel é seguir o que já tinha sido planejado anteriormente para o skate, com compromisso de investir integralmente o prometido e podendo incrementar ainda mais a preparação para Paris (por meio do PPO). Vamos cuidar dos 24 skatistas que estão na corrida olímpica, dar as melhores condições e blindar esses atletas.

Com o fim do reconhecimento da CBSk, a World Skate definiu a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins (CBHP) como única responsável por comandar os esportes sobre rodas no Brasil. A federação internacional alega que apenas uma instituição de cada país pode ser filiada ao órgão, o que levará a criação de uma “Federação guarda-chuva”, chamada de Skate Brasil. Enquanto isso não acontece, o COB auxiliará nos cuidados com o skate, tendo em vista principalmente os Jogos de Paris (entenda melhor o cenário no fim da matéria).

A escolhida para gerir o skate no COB é Tatiana Lobo, que trabalhou em papel de gerência na CBSk, mas já estava fora há alguns meses. De acordo com Ney Wilson, as negociações caminham para um desfecho positivo, depois que o nome de Tatiana foi indicado por atletas e agentes.

Em meio a conflito no mundo do skate, Rayssa Leal foi uma das atletas que defenderam a CBSk

O COB também planeja uma reunião presencial com atletas na semana que vem. Os skatistas que estiverem fora do Brasil receberão acesso para participar remotamente do encontro.

– Na reunião, vamos expor o projeto para o skate, tudo que será investido, como será investido. Queremos ouvir também como os atletas estão vendo o conflito na modalidade, o que pensam, como podemos contribuir. Esse é o papel que a gente quer exercer, com o cuidado de olhar para quem compete – afirma Wilson.

O diretor de Esportes de Alto Rendimento ainda garante que o COB não participou do conflito entre World Skate e CBSk:

– Não fomos consultados. Fomos apenas comunicados que a CBSk estava sendo desfiliada. Seguindo a Carta Olímpica, o COB a ser gestor do skate, pelo menos até os Jogos Olímpicos de Paris. Por isso, entendemos que precisávamos fazer essa força-tarefa para evitar perdas esportivas, de performance para os atletas.

Relembre a disputa pela organização do skate

A questão entre a World Skate, a CBHP e a CBSk é antiga. Desde o término das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, a Federação Internacional pede para que haja a fusão entre as partes, de modo que só exista um representante dos esportes sobre rodas no Brasil. Inclusive, outros países também terão que cumprir a determinação. Para reforçar a necessidade da junção, a World Skate se baseia em seu próprio estatuto, o qual permite apenas uma representação por país entre os membros. Uma exceção, que contemplava diversos países, havia sido estabelecida para o primeiro ciclo olímpico do skate, prevendo uma fusão no futuro.

Brasil foi ao pódio do skate em Tóquio 2020 — Foto: REUTERS/Mike Blake

A decisão oficial da World Skate foi publicada na última quarta-feira, quando a Federação anunciou que não reconhece mais a Confederação Brasileira de Skate como uma de suas integrantes. Dessa maneira, a World Skate estabeleceu a junção da CBSk com a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins.

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