O ano que agora começa será marcado por três actos eleitorais que podem trazer novos ventos à política portuguesa. Por esta ordem, haverá eleições regionais nos Açores, legislativas e europeias.
Sem margem para qualquer dúvida, as eleições legislativas, a 10 de Março, são as mais importantes e decisivas para o futuro próximo de Portugal. Mas as regionais dos Açores, já a 4 de Fevereiro, vão constituir um excelente indicador para o que virá depois. Uma curiosidade é saber até onde pode ir o Chega que foi fundamental no apoio ao Governo de direita que liderou o arquipélago, nos últimos tempos.
Mais importante, naturalmente, será saber quem vai ganhar e, portanto, quem governará a região, na próxima legislatura. As sondagens indicam valores muito próximos, para o PS e para o PSD, sem garantirem a estabilidade de uma maioria absoluta, a qualquer das duas forças. Resta saber, depois, até que ponto os efeitos deste escrutínio vão drenar para o universo nacional.
A 10 de Março, os portugueses vão às urnas, para escolherem o novo Parlamento e, consequentemente, o novo governo. Há muitas forças a jogarem os seus respectivos futuros. Desde logo, trata-se de saber quem vai ganhar, se o PS, se o PSD. Mas também é importante saber até onde pode ir o Chega. Alguns estudos de opinião já lhe atribuíram uma quota de 20 por cento, mas há outras medições que o confinam abaixo dos 16 por cento. Qualquer um destes resultados é importante e torna o partido de extrema-direita indispensável, para a constituição de uma maioria absoluta de direita. No entanto, Luís Montenegro tem refutado essa possibilidade.
Marcelo pode ficar na História como o Presidente que abriu as portas do poder à extrema-direita.
As sondagens asseguram também uma votação idêntica ao conjunto dos partidos da esquerda, o que significa que está tudo em aberto. Mas os dois blocos ficam ainda distantes da maioria absoluta. A possibilidade mais plausível seria a integração do Chega, no bloco de direita e aí a votação podia aproximar-se dos 60 por cento.
Nesta circunstância, já enjeitada por Luís Montenegro como atrás se disse, Marcelo pode ficar na História como o Presidente que abriu as portas do poder à extrema-direita. Mas a derrota de Marcelo pode ter ainda outra expressão. Imagine-se, como tudo indica, que não haverá qualquer maioria absoluta, logo, não haverá estabilidade governativa. Também neste caso, as responsabilidades serão assacadas a Marcelo, porque dissolveu um Parlamento que tinha uma maioria – apesar de tudo – estável, substituindo-a pela aventura de um qualquer governo minoritário. Nestes dois cenários, o Presidente da República pode ser um dos derrotados das próximas legislativas.
As eleições europeias, a que os eleitores portugueses não costumam dar muita atenção, vão ocorrer na primeira quinzena de Junho.
(Autor escreve ao abrigo do antigo acordo ortográfico.)
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