Peru de Natal é fêmea e vive em média 63 dias | Aves

Você sabia que o peru consumido na ceia de Natal no Brasil geralmente é fêmea e que o hábito de comer a ave na festa de dezembro foi importado do feriado de Thanksgiving (Dia de Ação de Graças) dos Estados Unidos?

O zootecnista e pesquisador de melhoramento genético da Embrapa Suínos e Alves, Elsio Antonio Pereira de Figueiredo, explica que os perus são criados comercialmente para atingir três tamanhos para o abate, aproveitando ao máximo o potencial de crescimento e conversão alimentar de cada sexo.

Os machos são abatidos com 140 dias de idade e peso vivo de 20 a 22 kg. As fêmeas são abatidas com 110 dias de idade e peso vivo de 10 a 12 kg e as fêmeas leves – destinadas à ceia de Natal, cuja demanda é por perus menores – vão para o abate com 63 dias e peso vivo de 4 a 5 kg.

O plantel brasileiro de matrizes de perus é de aproximadamente 100 mil cabeças. Quase 65% da carne de peru produzida no Brasil fica para o consumo interno, embora o brasileiro esteja comendo menos peru: nos últimos dois anos, o consumo caiu de 0,55 kg per capita para 0,48 kg.

O peru natalino passou a ter mais concorrência com o lançamento de várias marcas de frangos grandes, criados para ter muito peito. Esses frangões têm preço menor e atendem mais ao gosto dos brasileiros.

Peru natalino passou a ter mais concorrência com o lançamento de várias marcas de frangos grandes — Foto: Getty Images

No Rio Grande do Sul, um dos grandes produtores de peru do país, as projeções da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) indicam aumento médio de 3% neste ano na produção de perus e aves natalinas, com 60,4 mil toneladas no total. O faturamento projetado é bem maior, já que os preços tiveram alta de 9,5% a 13%: o quilo do peru custa em média R$ 25,00 e outras aves natalinas custam R$ 13,50.

“O aumento estimado da produção e dos preços segue os efeitos da economia regional e nacional, ou seja, um aumento equilibrado na produção e reposição parcial dos preços, pois os custos de produção e dificuldades que afetam o setor interferem consideravelmente no ciclo produtivo”, diz José Eduardo dos Santos, presidente executivo da Asgav.

Segundo o pesquisador da Embrapa, o peru é um alimento proteico de alto valor biológico, contendo em média 18% de proteína e 1,8% de lipídeos. Além das carcaças leves para as festas natalinas, temperadas ou não, a carne é oferecida ao mercado na forma de cortes especiais e produtos industrializados.

As aves maiores são destinadas aos cortes in natura como bifes e tiras de peito e carne moída. Também são fabricados presunto cozido, peito defumado, blanquet, salsicha, mortadela e patê de peito de peru.

O peru é uma ave originária da América do Norte — Foto: Getty Images

Origem

O peru é uma ave originária da América do Norte. Segundo o pesquisador da Embrapa, registros mostram que logo após o descobrimento da América os navegadores encontraram essas aves domesticadas na cultura maia no México e as levaram para a Europa.

“Devido ao intenso comércio dos britânicos, associaram essa ave, então desconhecida, com espécies de galinhas d’angola que são nativas de Madagascar e foram introduzidas na Inglaterra pelos mercadores turcos, originando aí a associação do nome da ave em inglês (turkey) ao país Turkey (Turquia)”.

Do México, estima-se que os perus chegaram ao Peru, vindo depois para o Brasil, em rota direta ou indireta trazidos pelos navegadores espanhóis.

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