Caso Alex Saab: Rui Semedo acusa o PM de envolver Cabo Verde num “grande escândalo” que mancha a imagem externa do país
Estas acusações foram feitas por Rui Semedo, em conferência de imprensa para pronunciar sobre o caso Alex Saab, que foi preso em Cabo Verde, antes de ser extraditado para os Estados Unidos da América e que nos últimos dias foi anunciada a sua libertação.
“
O caso Alex Saab é, até pelo desfecho, um grande escândalo e o primeiro-ministro quer sair dele, de mansinho, como se nada tivesse acontecido, tentando esconder-se atrás das instituições da Justiça”, disse o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
Lembrou, neste particular, que o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, como alguém que quer “lavar as suas mãos e desembaraçar-se rapidamente”, deste assunto, disse que o mesmo na altura defendeu de “forma lacónica”, que Cabo Verde fez o que lhe competia.
“É claro que do ponto de vista da intervenção das instituições da Justiça abstemo-nos de tecer comentários para não interferir na autonomia e na independência dos Tribunais, mas fica também cada vez mais claro que essa prisão partiu de uma decisão política, envolvendo o Governo de Cabo Verde, acrescentou o político sobre este caso.
Para Rui Semedo, o Chefe do Governo não pode apenas fazer esta declaração vazia e ir dormir-se tranquilo, considerou que antes tem de recorrer ao arquivo da sua consciência e analisar se o Governo agiu bem ao envolver Cabo Verde nesta confusão que não trouxe nenhum benefício para este País.
“Não podemos perder de vista que a prisão de Alex Saab já tinha sido objeto de uma decisão do Tribunal da CEDEAO, contrariando o posicionamento de Cabo Verde e exigindo a sua libertação e que, mais recentemente, mesmo as Nações Unidas tinham considerado essa detenção irregular, designadamente, por violação dos direitos humanos”, complementou.
Agora, com esta libertação, a mesma fonte considerou que isto abre-se uma oportunidade para o Governo de Cabo Verde analisar com frieza o que realmente aconteceu, o que falhou e o que precisa ser feito para se reduzir a margem de erro em questões que impliquem outros países e o direito internacional.
“Temos mesmo de perguntar se não entramos na via de uma deriva na nossa política externa que estará a vulnerabilizar e a descredibilizar o País”, salientou Rui Semedo.
O líder do PAICV disse esperar que o Governo acerte o passo e se reencontre nos caminhos de uma política externa “mais responsável e mais coerente” com a tradição de uma diplomacia “madura e inteligente”.
Para o PAICV, a política externa deveria ser matéria de um amplo entendimento nacional que envolva todas as formações políticas e mobilize toda a comunidade nacional, num diálogo aberto e fecundo para se acautelar os interesses do País, mas para, também, se consolidar a imagem externa e fortalecer as bases da credibilidade destas ilhas.
“Temos de aprender com os nossos erros, mas temos de evitar que a nossa prática e rotina sejam uma sucessão permanente de erros”, enfatizou.
Inforpress
Crédito: Link de origem



Comentários estão fechados.