A informação foi avançada pelo presidente da Associação de Empresários Chineses em Cabo Verde, Paulo Pan, que, em entrevista à Inforpress, adiantou ser um desses exemplos de “muitos chineses” que pretendem agora investir no ramo da imobiliária e hotelaria, através da compra de casas antigas, “um tanto ou quanto abandonadas”, no Mindelo.
No seu caso, deverá abrir ainda antes do segundo semestre de 2024 um hotel de 11 quartos, denominado Lili Resort Hotel, situado na Rua Senador Vera-Cruz, para acolher chineses, mas, também outros turistas que quiserem visitar a ilha.
“Cabo Verde é ilhas, e os europeus e mesmo asiáticos gostam do clima de ilhas, que é saudável durante o ano inteiro”, elogiou Paulo Pan, que, para além do clima de Cabo Verde, destacou as políticas públicas e o ambiente estável.
Assim como ele, confirmou haver mais dois colegas que também pretendem abrir mais dois hotéis, de 21 e 24 quartos, respetivamente, em casas antigas, adquiridas e reformadas no centro da cidade do Mindelo.“Cabo Verde é um País internacional e recebe pessoas de todo o mundo e, por isso, temos de preparar tudo”, sustentou.
Questionado se a construção do Terminal de Cruzeiros do Porto Grande do Mindelo poderá ser uma alavanca para a expansão do sector, Paulo Pan respondeu sem hesitar que a infraestrutura “vai ajudar muito o País” e “criar mais chance de emprego”.“Todos os jovens que terminarem os estudos e quiserem trabalhar, haverá trabalho à vontade”, considerou, exortando, por outro lado, as autoridades a apostarem mais na formação profissional.
Mesmo assim, enalteceu o nível de formação da atual geração que acredita estar melhor preparada do que aquela que encontrou há cerca de 30 anos quando chegou a Cabo Verde.
Como prova, apontou o exemplo dos funcionários da sua nova loja, situada no rés-do chão do futuro do hotel, e que através das informações constantes dos currículos podem agora ser aproveitados para trabalharem também na hotelaria.
Referindo-se ainda à juventude, Paulo Pan assegurou que a associação chinesa também tem servido de ponte para fazer jovens empreendedores cabo-verdianos terem mais conhecimento do mercado chinês e importarem equipamentos para os seus negócios.
“Para estarem mais à vontade e ganharem mais coragem para investir em qualquer área, já que se tiverem de se deslocar à China, que fica muito longe, vão gastar um bocado em transporte”, reiterou a mesma fonte, explicando o funcionamento do esquema no qual os empresários cabo-verdianos escolhem os equipamentos, e depois cabe à associação escolher as fábricas e tentar trazer os produtos “com tranquilidade”.
“A nossa associação trabalha assim, apoiamos todos os dois lados, porque temos conhecimento do mercado da China e temos conhecimento do pessoal daqui. Estamos aqui há quase 30 anos, temos muita confiança no povo e o povo também confia em nós e nos ajudamos”, lançou.
Paulo Pan garantiu haver mesmo “muita reciprocidade entre Cabo Verde e China”, tanto assim é que outros empresários chineses já estão procurando investir, não somente no comércio, mas, também, em serviços de alimentação, transformação de produtos, energia renovável e pequenas indústrias.
“Tenho confiança em Cabo Verde, Cabo Verde tem muito futuro”, concretizou o empresário, que está no arquipélago desde 1994 e se sente “meio cabo-verdiano” com “o coração ganho por Mindelo, o meu lar”.
Inforpress
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