Funcionários da Radiodifusão da Guiné-Bissau “denunciam assalto à instituição”

Os funcionários da Radiodifusão da Guiné Bissau manifestaram esta segunda-feira, 11 de Dezembro, contra a ocupação da rádio por polícias e pela imposição de um novo director à força. Os jornalistas denunciam “um assalto à rádio nacional”.

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Duas centenas de jornalistas e técnicos da Radiodifusão Nacional da Guiné Bissau protestaram esta segunda-feira, 11 de Dezembro, contra a censura de que têm sido alvos desde a chegada de um novo responsável do órgão. A mudança da direcção aconteceu um dia depois de o Presidente Umaro Sissoco Embaló ter dissolvido a Assembleia Nacional Popular e o governo.

Os funcionários da Radiodifusão Nacional queixam-se de censura, explica a presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, Indira Correia Balde.

Segundo explicaram ao sindicato, “na terça-feira à noite, o novo director foi à rádio com homens fardados para anunciar que a partir daquele momento ele seria o director da estação, sem apresentar nenhum documento. Os trabalhadores entenderam que se tratou de um assalto à instituição”.

Os cerca de 20 jornalistas tentaram manifestar-se em frente à Rádio Nacional para denunciar novas orientações: “noticiar informações que dizem respeito ao poder e não à oposição. Notícias que dizem respeito à Presidência da Republica”.

Perante a situação que a Guiné-Bissau está a viver, “os jornalistas da Radiodifusão Nacional só podem noticiar informações que vêm da parte da Presidência da República. A parte contrária não tem direito à antena”, descreve Indira Correia Balde.

Estas imposições estão condicionar e a preocupar os funcionários da Radiodifusão Nacional. “Nós entendemos que este é um atentado à liberdade de imprensa e de expressão”, alerta o sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, que condena a censura à qual os jornalistas da rádio nacional estão a ser expostos e o facto do princípio de contraditório ter deixado de existir. “Queremos deixar os jornalistas fazerem o seu trabalho, respeitando a ética e a deontologia profissional. A informação é um bem público e não podemos medir a informação”, defende.

Na terça-feira à noite, a rádio nacional foi ocupada por polícias e pelo novo responsável do órgão, Mama Salou Sané, as emissões foram suspensas durante essa noite.  

Esta segunda-feira, os funcionários da radio difusão nacional da Guiné Bissau manifestaram junto às instalações da rádio e foram dispersados por agentes da polícia.

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