O chefe de gabinete do Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Arnaldo Chamorro, foi destituído de seu cargo depois de firmar um convênio com um país que não é reconhecido internacionalmente, os “Estados Unidos de Kailasa”.
A situação veio à tona após fotos postadas nas redes sociais da conta oficial de Kailasa mostrarem representantes do país fictício assinando acordos com líderes locais dos municípios de María Antonia e Karpai. As imagens foram comemoradas pela conta de mídia social de Kailasa.
O suposto país é liderado por Nithyananda Paramashivam, um guru indiano fugitivo da Justiça de seu país. O território envolveria uma ilha no Pacífico que teria sido comprada do Equador em 2019. Quito nega a venda de qualquer território.
De acordo com a imprensa, o funcionário paraguaio admitiu ter sido enganado e revelou que também houve reuniões entre os “emissários” e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Giménez.
Chamorro, em um documento oficial que leva o selo do ministério, expressou sua admiração por Nithyananda Paramashivam e parabenizou-o pelas suas contribuições ao hinduísmo, à humanidade e à República do Paraguai. No documento, o funcionário comprometia-se a estabelecer relações diplomáticas com Kailasa e promover o reconhecimento do país fictício como um Estado independente na ONU.
O ex-chefe de gabinete admitiu que não sabia onde Kailasa estava localizada e afirmou ter assinado o documento, que ele caracterizou como um “memorando de entendimento”, porque os representantes ofereceram ajuda ao Paraguai em diversas questões, incluindo irrigação.
A destituição de Arnaldo Chamorro chama a atenção para a importância da verificação rigorosa das informações e da cautela ao estabelecer relações diplomáticas. O Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai está investigando o ocorrido e reforçando suas medidas de segurança para evitar situações semelhantes no futuro.
O Paraguai não é o primeiro a ser enganado pelos representantes da Kailasa em 2023.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já autorizou a participação de representantes do país fictício em duas sessões do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais em fevereiro.
Crédito: Link de origem



Comentários estão fechados.