Com estética romântica e sensual, luzes baixas e coreografia ao ritmo R&B, a cantora e multiartista, de 26 anos, Lellê dá start ao EP TRI ÂNGULOS com o videoclipe da faixa “Pegada de Cria” que chega nesta quinta-feira (30) em seu canal no YouTube.
Cheio de simbolismos, o álbum foi fundamentado no número “3”: “Este número é muito forte na minha vida, minhas avós tiveram três filhos cada, eu quero ter três filhos, meu nome tem três Ls…”, explica. Por isso, são três canções “Oi Filha”, “Pegada de Cria” e “Sai Pra Lá”, fluindo do pop ao R&B e funk, inspiradas nas três mulheres da vida de Lellê: sua avó paterna, Maria José, sua avó materna, Cátia, e sua mãe Luana – as quais ela credita sua formação e suas “três diferentes personalidades”.
“Eu tive três criações paralelamente, pelas minhas avós e pela minha mãe, e com cada uma era uma pessoa”, justifica. “E era bem confuso, não entendia muito bem quem eu era na minha infância. Por exemplo, na minha avó paterna eu não xingava, até porque ela é pastora evangélica. Então, eu era uma santa. Mas, quando chegava na minha avó materna, era o avesso.”
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Apesar de não ter sido uma escolha desde o início do projeto, a cantora e compositora acredita que o número foi se mostrando presente em muitas faces da sua vida, e que este seria o tripé do processo criativo. “Lancei a primeira parte do projeto TRI ÂNGULOS e, então, fiz três músicas cover. Por fim, quis lançar três músicas autorais para fechar o projeto. Foi um processo. Quando cheguei nas três mulheres que me criaram, entendi que precisava retomar minhas raízes para dar vida a essas ideias, perceber a questão das três personalidades, até o conceito do EP, os três ritmos predominantes pop, R&B e funk, e a correlação com os três talentos da minha vida, que são: cantar, dançar e atuar.”
Cada música segue um ritmo e representa uma face de suas personalidades. A faixa “Oi Filha” é um funk, que foi escrito por Lellê em 15 minutos, e representa Luana, homenageando a personalidade moleca, abusada, alegre e das danças das favelas do Rio de Janeiro. “Parece que eu sou o funk e o funk sou eu, não tem muita separação [risos] a gente se conhece muito, tem muita intimidade.”
“Pegada de Cria”, por sua vez, é uma música R&B – um ritmo que remete à sua infância na igreja – com AfroBeat, que representa a avó materna da artista, que sempre foi uma mulher sensível e falou abertamente com Lellê sobre seus desejos e histórias de relacionamentos. A faixa também aborda sobre os próprios desejos da cantora, de se conhecer, conhecer seu corpo e seus gostos sexuais.
“Sai Pra Lá” completa a parte pop radiofônica do EP e representa a avó paterna de Lellê, que sempre foi uma mulher bem resolvida e entendida de si, líder espiritual e cheia de atitude. Segundo a artista, o gênero dessa música sempre esteve presente em sua vida. “Sempre gostei de escutar o que o povo escutava, o que tocava nas rádios”, diz. E ainda revela que a faixa foi inspirada na produção de “Rude Boy”, de Rihanna.
Trajetória artística
Os anos de 2013 a 2019 foram marcados por agitação na carreira da artista carioca Lellê, nascida Alessandra Aires Landim. Depois de participar da “Batalha do Passinho” – competição de dança passinho de funk que ocorreu em 2011 e 2013, no Rio de Janeiro – aos 16 anos, se tornou vocalista do grupo Dream Team do Passinho.
Depois, participou do elenco da 22ª temporada da novela Malhação, da série Mister Brau, e dos filmes Correndo Atrás (2018), Barraco de Família (2021), Ricos de Amor (2021), União Instável (2022) e Nosso Sonho (2023). Neste último, interpreta Rosanna, mulher do cantor Buchecha.
Lançou singles e parcerias, compôs para artistas, estrelou campanhas, se tornou embaixadora da L’Oreal, cantou duas vezes no Rock In Rio – uma delas ao lado de Alicia Keys, junto ao grupo Dream Team do Passinho – e se lançou como cantora solo.
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Após este movimentado período, sua carreira parecia seguir um hiato, segundo a mídia, ao que Lellê discorda, pois para ela o distanciamento dos holofotes não foi nada além de um movimento natural de uma carreira em ascensão, ora se distanciando para fazer uma avaliação do cenário, ora se recolhendo para respeitar o tempo de sua arte.
“De 2013 a 2019 aconteceram muitas coisas, TV, cinema… E, conforme fui trabalhando muito e em muitas coisas ao mesmo tempo, teve um período que comecei a me perguntar o que era realmente importante na minha carreira. Claro que tenho meus planos e estratégias na carreira, mas acho que era uma questão de avaliar o momento que ela pedia. É o momento do cinema? Então vamos fazer cinema! E o mesmo para a TV e para a música.”
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