novo estúdio de tatuagens nas Laranjeiras é também uma coffee shop – NiT

Ocean Ink: novo estúdio de tatuagens nas Laranjeiras é também uma coffee shop

A cabo-verdiana Sahy juntou vários artistas com estilos distintos. Em breve, o espaço lisboeta também terá body piercing.

Sahy Abu-Raya, mudou-se de Cabo Verde para Portugal em 2013, para estudar engenharia informática. Volvidos três anos, já tinha colocado os livros de lado. Quando deu conta, a jovem, hoje com 29 anos, estava a comprar uma máquina de tatuar para gravar a pele dos amigos mais próximos.

“O interesse surgiu do nada. Encontrei um tatuador no YouTube, comecei a ver os vídeos dele e pensei ‘por que não arriscar’? É só experimentar. Sempre dei uma oportunidade a tudo antes de dizer se gosto ou não”, conta à NiT. Entretanto, desistiu da licenciatura e nunca mais largou a máquina. “Já não consigo fazer outra coisa.”

A 28 de outubro, abriu o próprio estúdio de tatuagens na zona das Laranjeiras, em Lisboa. O Ocean Ink — nome escolhido como homenagem à paz do oceano que banha Cabo Verde — acolhe também uma série de artistas residentes, movidos pelas “marés da criatividade”.

A inauguração do espaço era o passo que faltava na carreira de Sahy, que começou a tatuar em 2016. Na altura, vivia em Bragança e, no final do ano seguinte, mudou-se para a capital. Passou por três estúdios até que chegou ao estúdio de um amigo que a ensinou a fazer fine line, desenhos marcados por traços finos, elegantes e minimalistas.

Em 2019 já tinha apostado num negócio semelhante, em parceria com uma colega. Porém, uma série de problemas pessoais levou-as a fazerem uma pausa no projeto. Apesar do contratempo, a criativa não desistiu da ideia de ter “uma loja com um conceito em que os clientes se conseguem sentir bem”, reforça.

O Ocean Ink também funciona como um espaço de convívio e uma coffee shop. Quem ali entra não o faz apenas para fazer uma tatuagem, pode apenas beber um café ou refrigerante. “Não temos sofá, mas colocámos uma mesa porque é convivial, junta as pessoas. Inspirei-me no que fazem no mundo das tatuagens lá fora.”

A própria decoração transmite esta familiaridade, inspirando-se nesta ideia de trazer a arte além da tatuagem. Pintaram um mural na loja e um artista convidado, Gnome, vai fazer uma pintura em graffiti na parede.

Quanto aos artistas residentes escolhidos, todos têm backgrounds diferentes. Alguns são amigos de longa data de Sahy, com outros já se havia cruzado profissionalmente. O estúdio acolhe também vários aprendizes, que começaram recentemente a tatuar e estão ali para ganharem experiência.

O estilo predominante, à semelhança da fundadora, é o fine line, trabalhado por quatro ou cinco tatuadores. No entanto, os visitantes também podem optar pelo microrrealismo ou trabalhos mais ilustrativos, como a ignorant tattooo — desenhos parecem ser feitos por miúdos, numa homenagem ao “graffiti primitivo” que surgiu em Nova Iorque, nos anos 90.

Em breve, a Ocean Ink vai incluir também serviços de body piercing e, no início de 2024, vai incluir exposições na loja. Podem ser convidados artistas de graffiti em tela, fotografia, pintura ou até ligados à moda. A aposta é na imprevisibilidade, mas mantendo sempre “aquela vibe tranquila e de paz” com que Sahy cresceu, e da qual sente saudades.

Quanto aos valores, os preços variam consoante a dimensão e a complexidade do trabalho pedido, e podem oscilar entre os 50€ e os 600€.

Aproveite e carregue na galeria para ver mais imagens do espaço e do tipo de trabalhos que pode fazer no Ocean Ink.


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